O vereador Fernando Holiday (Novo) entrou nesta segunda-feira, 30, com uma ação popular contra a Prefeitura da cidade de São Paulo e a cantora Ludmilla para tentar suspender o pagamento do show realizado durante a Virada Cultural no último domingo (29). O parlamentar classificou o evento como um “showício” em apoio ao pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que a cantora pediu ao público que fizesse o “L” com a mão, gesto utilizado em apoio à campanha do petista.

Nesta terça-feira, 31, o vereador protocolou uma denúncia no Ministério Público do Estado de São Paulo contra Lula e a cantora; e um requerimento de abertura de CPI dos Showmícios foi enviado à Câmara Municipal. No documento, Holiday defende a abertura de uma comissão para “investigar os eventos patrocinados com recursos públicos municipais que tenham viés político eleitoreiro”.

“Em breve síntese, o município promoveu evento com a cantora para promover um evento cultural, entretanto, o evento ficou marcado pela grande manifestação política em favorecimento de um pré-candidato. A MC, enquanto o telão marcava as cores do Partido dos Trabalhadores, levou a plateia a fazer o símbolo de Lula, ignorando a legislação eleitoral e a justificativa para tamanho gasto, subsidiando indiretamente a pré-candidatura do mesmo”, afirmou o parlamentar em documento da ação popular.

O Diário Oficial do município do dia 27 de maio de 2022 afirma que o valor total da apresentação da cantora na Virada Cultural foi de R$ 222.000,00. Segundo o documento, o pagamento se dará no 30º dia após a data de entrega de toda a documentação relativa ao serviço prestado.

Nas redes sociais, Holiday e Ludmilla trocaram farpas. A cantora justificou que o “L” seria do seu nome e, em resposta, o parlamentar pediu que ela ‘tomasse vergonha na sua cara’ e afirmou que o “povo paulistano não é idiota”. O vereador ainda publicou uma imagem em que a funkeira aparece, ao lado de outro artistas, com o ex-presidente Lula; parte dos presentes na imagem fazia o “L” com mão.

No documento ao Ministério Público, Holiday classifica o ato de Ludmilla como “propaganda irregular” e afirma que há “violação ao princípio da legalidade”.

Ao Estadão, Holiday afirmou que espera que a ação “sirva como exemplo para todos aqueles que quiserem fazer campanha antecipada, seja de forma velada ou explícita, para qualquer pré-candidato, usando dinheiro público”. A assessoria de Ludmilla não retornou o contato até a publicação dessa matéria. O espaço está aberto para manifestações.