Um engenheiro de 33 anos foi libertado de um cativeiro por policiais civis, anteontem, ao ser vítima do chamado “golpe do amor”, modalidade em que criminosos marcam falsos encontros por aplicativos de relacionamento para sequestrar os alvos após emboscadas.

Ele foi mantido 24 horas como refém em um cativeiro em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Um suspeito foi preso no local. O caso se soma a outros com o mesmo perfil ocorridos nas últimas semanas. Para o delegado Tarcio Severo, titular da 3ª Delegacia da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Especiais (Dope), a percepção é que crimes desse tipo estão em alta.

Conforme a Secretaria dA Segurança Pública, policiais civis do Dope e da Delegacia Seccional de Carapicuíba realizaram diligências após a família da vítima notificar o sumiço. “Verificamos uma semelhança com um outro caso, de sexta-feira, que nós havíamos atendido e a vítima também foi libertada. Vimos que se tratava do mesmo padrão de conduta, o mesmo modus operandi, e fizemos uma diligência em locais que batiam com o outro caso”, explica Severo.

Os agentes localizaram a vítima em um cativeiro em Barueri na noite de anteontem e a libertaram após ter ficado 24 horas refém. No local, ainda prenderam em flagrante um suspeito, de 27 anos, por extorsão e associação criminosa.

“A vítima reconheceu ele como sendo o responsável pelo arrebatamento, pela abordagem”, afirma Severo. O prejuízo da vítima em transferências via Pix foi de R$ 10 mil, ainda segundo o delegado. As investigações prosseguem para localizar outros possíveis envolvidos nesse caso.

EM ALTA

Para Severo, os casos de sequestro relâmpago envolvendo vítimas que usam aplicativo de relacionamento aumentaram ao longo deste ano. “Antigamente, a gente pegava muitos casos de sequestro do tipo que a gente chama de crime de oportunidade. São sequestradores que saem para a rua em busca de vítimas aleatórias”, afirma. “Hoje, não. Eles utilizam plataformas, sites, aplicativos de namoro se passando por uma mulher e atraindo a vítima até as proximidades do local do cativeiro.”

O delegado explica que, desde o início deste ano, praticamente dobrou o fluxo de casos com esse perfil que são investigados pela 3ª delegacia da divisão antissequestro. “Em média, a gente está atendendo de dois a três casos por dia”, afirma. Em geral, os sequestros duram cerca de 24 horas, mas o delegado já investigou casos que duraram até três dias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.