25/03/2021 - 20:27
Antagônicos por essência desde suas criações, os partidos Novo e PSOL atuaram unidos na votação do Orçamento 2021, que trouxe cortes profundos de verbas em áreas como educação, saúde e até previdência, em meio ao pior momento da pandemia de covid-19.
As duas legendas foram as únicas entre os 24 partidos da Câmara que mantiveram a obstrução, medidas para retardar ou tentar barrar a votação, nesta quinta-feira, 25, na sessão do Congresso. Os partidos da oposição fecharam um acordo com o líder do governo na Câmara, Eduardo Gomes (MDB-TO), para deixar de obstruir em troca de uma promessa de reajustes posteriores ao Orçamento.
O PSOL, no entanto, não aceitou. “Entendemos que é o pior orçamento da história no momento mais trágico que as gerações vivas já experimentaram. No momento mais agudo da crise sanitária em curso no Brasil, o Governo e a maioria dos Parlamentares das Casas optaram por armas e por obras para atender a currais eleitorais, em vez de investimento em leitos, em saúde, investimento para sair desta crise em que estamos inseridos”, disse a líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ).
“Não dá para votar a favor de um orçamento desse jeito! Vamos voltar a discutir o relatório anterior e tratar de orçamento para garantir tratamento às pessoas. Senão, de que adiantou aquela reunião entre os Poderes ontem? Foi só para a foto?”, afirmou o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) durante a votação.
Apesar dos discursos parecidos, a líder do PSOL fez ressalvas. “O Novo não nos engana. Embora crítico agora, defende a velha política de reduzir o papel do Estado na solução da crise. Nós seguimos a coerência: são tempos de mais recursos público pra saúde e educação”, disse Talíria Petrone.