09/07/2018 - 10:00
Um projeto de lei sobre o registro de defensivos agrícolas, os agrotóxicos, não tem encontrado pontos de convergência nem mesmo no governo. O texto, de autoria do ministro da Agricultura Blairo Maggi, da época que era senador, está no Congresso. Há dois pontos de discórdia: prazo e competência. O projeto propõe encurtar o prazo para o registro de novas moléculas e tirar a tarefa do âmbito da Anvisa e do Ibama. Caberia ao Mapa, mas a pasta não tem braços para essa tarefa. Longe de Brasília, 271 organizações da sociedade civil, como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e o Greenpeace, se movimentam para que o projeto seja recusado pelos parlamentares. As entidades tentam emplacar no Congresso a aprovação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara).
Temple Grandin
Uma visita ilustre
A americana Temple Grandin, 70 anos, estará em julho no Brasil. Doutora em bem-estar animal, ela é uma celebridade não apenas no agronegócio. Sua vida já foi retratada em filme. Temple nasceu autista, uma desordem neurológica que afeta 25 milhões de pessoas no mundo. Mesmo assim, revolucionou as práticas globais de manejo, mudando o conceito de criação de animais. Na apertadíssima agenda de Temple estão encontros com produtores e com autistas, em São Paulo, e uma atividade que ela não conseguiu realizar nas outras passagens pelo País. Dessa vez, Temple vai a Goiás, na região do Cerrado, visitar fazendas de gado.
Livro
Tons de verde
Tons de Verde é o título do livro escrito pelo agrônomo Evaristo de Miranda, pesquisador da Embrapa desde os anos 1980 e hoje chefe-geral da Embrapa Territorial, unidade sediada em Campinas (SP). Em cerca de 200 páginas, Miranda faz uma profunda análise sobre o estoque de terras produtivas e protegidas no País. A obra, apresentada no mês passado, durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), traz números, mapas e fatos inéditos sobre a ocupação do País e sua função social na produção de alimentos e de bioenergia.
Marfrig
A corrida pela Keystone
Em abril, quando a Marfrig Global Foods, controlada por Marcos Molina, comprou 51% das ações da americana National Beef e colocou à venda a sua subsidiária também americana Keystone, a previsão era que o negócio ocorresse até o mês de julho. Mas parece que o prazo vai ser encurtado, se depender do apetite das candidatas à compra avaliada em até US$ 3 bilhões. Até o fechamento desta edição da DINHEIRO RURAL, a Keystone, especializada no fornecimento de carnes a restaurantes, era cobiçada por Cargill e Tyson Foods, ambas americanas, mais as chinesas Fosun e Cofco.
BRF
Cacife para mandar
A eleição de Pedro Parente, presidente da Petrobras, para assumir o conselho da BRF, no fim de abril, parece que conseguiu pacificar os ânimos entre os seus principais acionistas: leia-se os fundos Petros, dos funcionários da Petrobras, e Previ, do Banco do Brasil. A saída do empresário Abilio Diniz, na companhia desde abril de 2013 e dono de 4% das ações da BRF, também foi “comemorada” pelos herdeiros dos grupos Perdigão e Sadia. Em maio, o resultado do primeiro trimestre foi divulgado. O prejuízo continua alto, em R$ 114 milhões, mas 60% menor que no ano passado.