06/08/2018 - 11:00
No dia 6 de junho, o brasileiro Roberto Azevêdo, presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), recebeu 60 empresas de vários setores e associações internacionais na sede da entidade, em Genebra. Entre as do agronegócio estavam Cargill, Unilever, Dow Chemical e Syngenta. Na mesa, o tema foi a guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos em várias frentes, entre elas a China, o Nafta e a própria OMC. O presidente Donald Trump vem ameaçando aplicar sobretaxas às importações de vários produtos. Isso pode levar a uma guerra comercial global, com perdas gigantescas. De acordo com o Fundo Monetário Internacional, se todos os países elevarem tarifas e barreiras não tarifárias nos próximos três anos, os preços das importações subiriam 10%, com queda de 2% no consumo global. Segundo a Blomberg Economics, a guerra tarifária poderia custar à economia mundial US$ 470 bilhões. O Brasil, como um dos maiores exportadores de soja e proteína animal, pode amargar parte dessa conta.
Transgênicos
Sem chance na China
O Brasil poderá deixar de exportar oito bilhões de toneladas de grãos para a China, principalmente soja e milho, em função da demora desse país em aprovar variedades transgênicas acessíveis ao seu mercado. O estudo realizado pela consultoria Agribusiness Consulting Group, apresentado no mês passado, compreende o período de 2017 a 2022. Caso a China possuísse um sistema mais eficiente de aprovação, a ampliação das vendas brasileiras ao país seria de cerca de US$ 6 bilhões, com um impacto no PIB de US$ 3 bilhões.
Floresta
Inventário a caminho
O Inventário Florestal Nacional, realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro desde 2017 para mapear o bioma Amazônia, chegou à metade. Equipes de técnicos já mapearam 50% das populações e dos recursos florestais nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e parte de Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. O inventário na Amazônia, que faz parte do levantamento nacional de florestas, tem um custo de R$ 65 milhões e deve terminar até o fim de 2020. Ele vai servir para orientar políticas públicas de conservação da biodiversidade.
Bayer
De casa nova
Em 2013, Rodrigo Santos foi chamado para ser o CEO da Monsanto Brasil. Aos 39 anos, na ocasião, ele era o mais novo executivo a assumir um cargo desse porte no mundo, na companhia americana. Com a compra da Monsanto pela Bayer, por US$ 66 bilhões, o agrônomo Santos, que é uma cria da Monsanto e estava há 19 anos na casa, foi escolhido para assumir a divisão de CropScience da Bayer na América Latina. E vai se reportar ao COO mundial da Bayer, Brett Begemann.
Etanol de milho
Riqueza no campo
O Estado de Mato Grosso possui quatro usinas de etanol de milho, das quais três são flex (milho e cana-de-açúcar). Outras sete usinas estão em construção ou sendo ampliadas neste ano, com investimentos da ordem de R$ 3 bilhões e previsão de três bilhões de litros de etanol nos próximos cinco anos. Um estudo da consultoria Agroicone mostra que uma unidade, para produzir 500 milhões de litros de etanol de milho, por ano, pode gerar 8,5 mil empregos diretos e indiretos e valor de produção de R$ 2,5 bilhões quando estiver em operação.