Começou às 10h20 (de Brasília) a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na tarde desta terça-feira, 26, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom. Amanhã, eles têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,25% ao ano.

Após as manobras propostas pelo governo no teto de gastos para bancar o aumento do Bolsa Família a R$ 400 até o fim de 2022, ano eleitoral, o mercado financeiro está dividido sobre a decisão do Copom.

De 43 instituições ouvidas ontem pelo Projeções Broadcast, 18 esperavam alta de 1,50 ponto porcentual, para 7,75%, outras 18 de 1,25 ponto, para 7,50%, e sete ainda acreditavam em aumento de 1,00 ponto, passo adotado em setembro, para 7,25%.

Mas, diante do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de outubro acima do esperado, algumas casas já estão mudando de novo suas apostas, para um patamar mais elevado. A ASA Investments, por exemplo, passou a prever aumento de 2,00 pontos porcentuais, para 8,25%.

Se confirmada uma dessas opções, será a sexta elevação consecutiva da taxa básica. Desde o fim de 2017, a Selic está abaixo desses patamares.

Nas comunicações do último encontro, dos dias 21 e 22 de setembro, o BC indicou que a manutenção do ritmo de alta em 1 ponto porcentual associada ao aumento da magnitude do ciclo para patamar significativamente contracionista era “a estratégia mais apropriada para assegurar a convergência da inflação para as metas de 2022 e 2023”.

Contudo, após as primeiras sinalizações do governo de flexibilização fiscal e antes do início do período de silêncio, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk sinalizou que um maior risco fiscal significaria uma política monetária mais apertada. Também disse que o BC avaliaria, como fez no Copom anterior, se o nível final de juros seria suficiente para convergência da inflação à meta em 2022 ou se seria necessário também aumentar o ritmo de alta.

No Relatório de Mercado Focus, que compila os cálculos do mercado financeiro, a projeção mediana para a inflação em 2021 está em 8,96%. Para 2022, a expectativa está em 4,40%. A projeção dos economistas para a inflação está bem longe do centro da meta de 2021, de 3,75%, e também bastante acima do teto estabelecido pela margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A projeção para 2022, por sua vez, já se aproxima mais do teto da meta (5,00%) do que do centro (3,50%).

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