12/01/2022 - 11:33
O presidente Jair Bolsonaro (PL) comparou a forma física do governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), à de líderes comunistas mundo afora. Segundo ele, todos são “gordos”. A declaração foi feita a apoiadores em Brasília nesta terça-feira, 11, e gerou reação do político maranhense, que fez uma publicação nas redes sociais destacando o tom preconceituoso da piada e recomendando que o chefe do Executivo “vá trabalhar”.
“A senhora é do Estado do Partido Comunista do Brasil”, afirmou o presidente nesta terça-feira, dirigindo-se a uma apoiadora supostamente do Maranhão. “Já reparou que nos países comunistas, geralmente o chefe é gordo? Coreia do Norte, Venezuela, são gordinhos, né? Maranhão…”, completou. Não é a primeira vez que o mandatário tenta desqualificar o governador por sua forma física.
‘Escassez de neurônios’
Desde o ano passado, Dino não é mais filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mas ao PSB. Em resposta, ele afirmou que a declaração é compatível com a “notória escassez de neurônios” de Bolsonaro e listou problemas mais graves com os quais, segundo ele, o presidente deveria estar lidando. “Ao bisonho e fracassado ‘piadista’, faço uma conclamação: VAI TRABALHAR. Os problemas federais são cada dia mais graves: inflação, desemprego, aumento dos combustíveis etc.”, escreveu.
Dino é um dos principais opositores de Bolsonaro nos governos estaduais. Ele e o presidente já se enfrentaram em outras ocasiões. Em julho de 2019, o chefe do Executivo afirmou que, dos governadores de “Paraíba” – referindo-se de forma preconceituosa à Região Nordeste -, “o pior é o do Maranhão”. Após essa declaração, o mandatário tentou se aproximar da região, intensificou visitas e chegou a posar para fotos vestindo um chapéu típico da região.
Bolsonaro e Flávio Dino também ficaram em lados opostos durante a pandemia de covid-19. Enquanto o presidente critica a atuação de governadores e prefeitos na crise sanitária, sobretudo a restrição de atividades econômicas, Dino já foi a público responsabilizar o governo federal pela escassez de vacinas, o alto número de mortes e a taxa de contágio da doença no País.