28/11/2022 - 9:23
O mercado financeiro manteve as projeções para a taxa Selic no fim de 2022 e 2023 no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, mas elevou a estimativa para o término de 2024 em meio aos temores com a expansão fiscal planejada pelo governo eleito a partir do ano que vem.
Para o fim deste ano, o mercado ainda espera 13,75% ao ano (pela 23ª semana), com expectativa de nova manutenção na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro. No final de 2023, a estimativa foi mantida em 11,50%, de 11,25% há quatro semanas. Mas, para 2024, houve avanço de 8,00% para 8,25%, contra 8,00% um mês antes.
Considerando apenas as 37 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o juro básico no fim deste ano também seguiu em 13,75%. Mas, para o término de 2023, houve nova alta, de 11,50% para 11,75%, com as 36 alterações realizadas na semana passada.
No Copom de outubro, o BC manteve pela segunda reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária ainda voltou a indicar a estabilidade da Selic nesse patamar por “período suficientemente prolongado”. Mas também manteve o alerta de que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, os juros podem voltar a subir.
O ciclo da Selic voltou à discussão devido aos planos de aumento de gastos do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na curva de juros, já há uma precificação de alta e, em eventos recentes, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que, se houver percepção de que o fiscal vai atrapalhar a convergência da inflação, a autoridade monetária vai reagir. No questionário pré-Copom de dezembro, o BC perguntou aos analistas se consideram gastos além do teto em 2023 e 2024.
Os dois anos fazem parte do horizonte relevante de política monetária com o mesmo peso atualmente. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.
Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 8,00%, contra 7,75% de quatro semanas antes.