Nenhum dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), durante a reunião de política monetária de 13 e 14 de dezembro, considerou apropriado corte de juros em 2023. Segundo ata divulgada nesta quarta-feira, 4, do encontro, os dirigentes observaram que a política restritiva “precisa ser mantida até novos dados providenciarem confiança de que a inflação está em baixa sustentada” para atingir a meta de 2%, algo que “deve levar tempo”.

Vários integrantes comentaram que experiências em outros momentos da história alertam contra o “afrouxamento prematuro” da política monetária frente aos altos índices de inflação, pontua o documento.

Em geral, os dirigentes indicaram que os riscos de alta da inflação continuam sendo um fator-chave para a política monetária.

Todos os membros afirmaram que o Comitê segue “fortemente comprometido com o objetivo de retornar a inflação para a meta de 2%”.

Além disso, os dirigentes concordaram que suas decisões devem levar em consideração uma gama ampla de informações, incluindo saúde pública, condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e desenvolvimento financeiro e internacional.

Ritmo

Os dirigentes do Federal Reserve avaliaram na última reunião de política monetária que a redução no ritmo da alta de juros poderia ajudar com as metas de inflação e máximo emprego nos Estados Unidos. Na ocasião, o banco central americano reduziu o ritmo de elevação de juros de 0,75 ponto porcentual para 0,50 ponto porcentual, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

“Uma redução do ritmo dos aumentos neste encontro permitiria que o Comitê avalie de forma melhor o progresso econômico para atingir os objetivos de máxima empregabilidade e estabilidade de preços, já que a política monetária se aproxima de um patamar que é suficientemente restritivo para conquistar essas metas”, descreve a ata da reunião.

Os dirigentes analisaram que o cenário econômico ainda é incerto e a inflação continua muito acima da meta de 2%, apesar do progresso significativo durante o último ano em direção a uma política monetária mais restritiva.

Diante do aumento das incertezas sobre perspectivas futuras da inflação e atividade econômica real, a maioria dos integrantes enfatizaram a necessidade de manter “flexibilidade e opcionalidade”, enquanto continuam movendo a política monetária para um patamar mais restritivo, com novos aumentos de juros capazes de atingir as metas determinadas pelo Comitê.