O contrato mais líquido do ouro sofreu forte baixa nesta sexta-feira, 5, em um cenário no qual foi pressionado pelo apetite por risco dos mercados, o que teve grande motivação no alívio com a crise do setor bancário dos Estados Unidos. No entanto, a possibilidade de uma recessão e a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) dão suporte aos preços do metal, segundo analistas, que especulam sobre os movimentos em longo prazo.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega para junho fechou em baixa de 1,45%, em US$ 2.055,70 a onça-troy. Na semana, houve alta de 1,29%.

Para o Julius Baer, enquanto toda a atenção nos mercados de ouro estava nos bancos centrais esta semana, investidores foram movidos muito mais por temores de uma recessão iminente. Dito isso, os buscadores de porto seguro ainda estão ausentes e os preços refletem uma mudança maciça no sentimento, que trouxe traders especulativos de curto prazo e seguidores de tendências de volta aos mercados, valia.

“Salvo uma recessão completa, vemos mais desvantagens do que vantagens para o ouro no médio e longo prazo”, afirma o banco.

Para o Commerzbank, o ouro está encontrando apoio nas expectativas do mercado sobre os cortes nas taxas de juros de Fed no segundo semestre do ano. A visão foi impulsionada na última reunião da autoridade, na qual os banqueiros centrais sinalizaram uma pausa depois de terem aumentado a taxa básica dos EUA em impressionantes 500 pontos-base no ano passado, avalia. Em resposta, o preço do ouro subiu para seu nível mais alto em aproximadamente um ano.

No entanto, “continuamos a ver principalmente riscos negativos para os preços porque não compartilhamos da expectativa do mercado de uma reviravolta na taxa de juros pelo Fed antes do final deste ano.

Nos próximos dois trimestres, prevemos que esteja em cerca de US$ 2.000 por onça troy e, portanto, apenas marginalmente abaixo de seus níveis atuais”, projeta o banco alemão. Para o Commerzbank, assim que o Fed apresentar uma perspectiva mais clara de uma reviravolta na taxa de juros, o preço do ouro provavelmente subirá de forma duradoura e mais perceptível acima da marca de US$ 2.000, embora espere que isso aconteça apenas no final deste ano.