14/05/2024 - 8:20
O Brasil exportou 4,22 milhões de sacas de café em abril, volume recorde para o mês e 53,3% acima de igual mês de 2023. O faturamento com os embarques externos somou US$ 935,3 milhões, 52,6% acima de abril do ano passado. As informações foram divulgadas pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Em dez meses do ano-safra 2023/24, as exportações de café somaram 39,256 milhões de sacas, alta de 28,5% ante igual intervalo do ciclo 2022/23 – entre julho de 2022 e o fim de abril de 2023. Em receita, cresceu 13,3%, para US$ 7,939 bilhões.
Ainda de acordo com nota do Cecafé, de janeiro a abril deste ano as vendas externas de café também bateram recorde, com 16,242 milhões de sacas, 45,6% acima de igual período de 2023. O faturamento foi de US$ 3,444 bilhões no acumulado de 2024 até abril, ou 42,4% acima dos US$ 2,428 bilhões de janeiro a abril de 2023. “Superou, também, o recorde de US$ 3,206 bilhões de janeiro a abril de 2022”, observa o Cecafé.
Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, as exportações foram puxadas pelos cafés in natura, principalmente os canéforas (conilon + robusta), que também batem recorde no ano. “Esse desempenho é possível devido à recuperação da colheita em 2023, o que possibilita que os embarques de arábica tenham volumes consideráveis e, em especial, que os de conilon e robusta apresentem performances históricas”, explica ele, na nota.
Em relação aos tipos de café, o Cecafé informa que o arábica é o mais exportado no primeiro quadrimestre do ano, com 12,469 milhões de sacas, 76,77% do total e alta de 31,3% na comparação com janeiro a abril de 2023.
A variedade canéfora teve 2,559 milhões de sacas embarcadas no período, sendo o destaque entre os tipos do produto ao avançar 548% em relação a igual intervalo de 2023 e ampliar sua representatividade atual para 15,75% do geral. “Na sequência, vêm o segmento do café solúvel, com 1,203 milhão de sacas – queda de 3,3% e 7,41% do total – e a seção do produto torrado e torrado e moído, com 11.136 sacas (-26,5% e 0,07% de representatividade).”
Segundo Ferreira, tal desempenho é reflexo do cenário internacional do mercado, com disponibilidade menor do café robusta indonésio e vietnamita, espaço que foi ocupado pelo Brasil. “Outros países produtores, inclusive, vêm importando cafés brasileiros para atenderem seus compromissos de consumo e reexportação, como México, Colômbia, Vietnã e Indonésia”, detalha, na nota. “Os mexicanos, por exemplo, voltaram a ampliar as importações do nosso café verde, principalmente de canéforas, para utilização da matéria-prima em sua planta fabril de solúvel, referendando a qualidade de nossos cafés como base de produtos industrializados”, destaca.