22/09/2025 - 7:00
Maior produtor de bois do nordeste, o Maranhão vem ganhando importância no agronegócio brasileiro por estar na região conhecida como Matopiba, que além do estado conta com Tocantins, Piauí e Bahia. Responsável por 65% dos abates inspecionados no estado, a Fribal está de olho na região para expandir o seu negócio, principalmente no varejo de carnes.
Levando o lema “do pasto ao prato”, a empresa atua em todas as pontas da cadeira produtiva do boi: desde o confinamento, passando pelo abate e chegando ao consumidor final, por meio de açougues próprios e empórios, no Maranhão e no Ceará, até grandes varejistas no restante do país.
“Essa atuação em toda a cadeia permite que a gente tenha total controle sobre toda a produção e garanta uma carne de qualidade. Isso abrange desde a sanidade e bem-estar animal no confinamento, o processamento na indústria, até a forma como o produto chega e é vendido no varejo”, explicou Gustavo Oliveira, vice-presidente do grupo.

Apesar de ser o maior estado produtor de bois da região nordeste, com mais de 10milhões de cabeça, a Fribal reina absoluta no Maranhão, sem sombras de gigantes como a JBS e Marfrig. Com isso, o executivo entende que a companhia tem muito potencial para crescer em vizinhos do nordeste, além do Tocantins e Pará. A regionalização é uma aposta importante da companhia, já que ela só possui frigoríficos próprios no Maranhão, apesar de sua carne ser distribuída em todo o país.
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Empórios são “carro-chefe” de expansão
Depois de começar a atuar no varejo, a companhia possui alguns modelos de venda de carne para o consumidor final: os açougues próprios, os empórios, as mercearias e os açougues montados dentro de supermercados, onde a gestão é realizada pela Fribal.
De acordo com números da empresa, as lojas próprias consomem cerca de 30% da produção e são responsáveis por 30% do faturamento. A companhia possui 67 açougues próprios, 7 empórios, 120 açougues em supermercados e 2 mercearias no Maranhão e no Ceará.
Para o executivo, as lojas no formato de empório, onde são vendidos outros produtos como vinhos, além de possuírem restaurante e padaria própria, são os carros chefes da expansão da marca pro futuro.
“O nosso foco estratégico é no varejo premium, e os empórios vão ser o nosso carro-chefe nessa expansão. Acredito que ali será a vitrine da marca, fundamental para que o cliente conheça a proposta de valor e o DNA da empresa”, afirmou.
A estratégia da companhia é a expansão no nordeste, principalmente no Maranhão, Ceará e Piauí. Outros mercados prioritários são o Tocantins e o Pará.
Carne resfriada no estado
Criada em 1986, a empresa começou comprando um frigorífico no estado com capacidade de abater cerca de 30 bois por dia. Eles, porém, mudaram a atuação da empresa em meados dos anos 1990, quando fecharam o frigorífico para abrir uma rede de açougues, focando a atuação exclusivamente no varejo.
Gustavo explica que a empresa foi pioneira na comercialização da carne resfriada no Maranhão, ao invés da ‘carne quente’.
“Na época, a população só consumia ‘carne quente’ por aqui, ou seja, a carne do boi abatido e consumido no mesmo dia. A carne resfriada era vista como ‘carne velha’, do dia anterior. A Fribal teve que quebrar esses paradigmas com balcões frigoríficos.
Criação intensiva x extensiva de gado
Há basicamente duas formas de se criar gado no Brasil, a extensiva e a intensiva. Na primeira, o gado anda solto no pasto e há menos controle sobre alimentação e a hora certa do abate. Já no intensivo, também conhecido como confinamento, os bois são criados parados com a intenção de controlar melhor o processo e fazer com que eles engordem mais rápido.
O executivo explica que a Fribal aposta na criação intensiva, e que 100% dos bois são próprios da companhia.
“Alguns frigoríficos trabalham no sistema ‘boitel’ e alugam um local para o confinamento e pagam uma diária. Nós só trabalhamos com bois 100% próprios, o que garante que aquele animal passou por um controle nosso”, explicou.
Hoje a empresa conta com uma capacidade estática de confinamento para 32 mil bois e abater 64 mil cabeças por ano. Para a safra atual, planejam abater 48 mil bois próprios. Atualmente a empresa tem dois frigoríficos nas cidades de Imperatriz e Santa Inês, ambas no Maranhão, e um Centro de Distribuição na capital São Luiz.