21/09/2020 - 11:00
São Paulo, 21 – Os negócios com trigo no mercado interno evoluem nas regiões nas quais a colheita de trigo pegou ritmo, caso do Paraná. Já no Rio Grande do Sul, também grande Estado produtor, praticamente não há grão disponível – e, consequentemente, poucos negócios são observados. A colheita no Estado começa em outubro/novembro.
No Paraná, o avanço da colheita de trigo no norte do Estado e o início dos trabalhos nos Campos Gerais, mais ao sul, estimularam a realização de alguns contratos nesta semana. Os preços, até o momento, não cederam – mantiveram-se estáveis em comparação aos da semana passada. No norte, alguns produtores se dedicam a cumprir contratos fechados previamente.
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Negócios foram fechados por cerca de R$ 1.200/tonelada CIF de trigo pão, com entrega nos moinhos, e R$ 1.150/tonelada FOB na fazenda, nas duas regiões. Segundo o corretor Adriano dos Santos, da SafraSul, de Ponta Grossa (PR), vendedores mais capitalizados têm pedido R$ 1.200/tonelada FOB, com embarque imediato e pagamento em 30 a 40 dias. Para embarque em outubro, moinhos propõem um pouco menos, R$ 1.100 a R$ 1.150/saca CIF.
Santos contou que as chuvas no fim de agosto foram “excelentes” para a qualidade do trigo. Nos Campos Gerais o volume de precipitações foi maior do que no norte, mas ainda assim esta região foi beneficiada. Já no oeste, as geadas que sucederam as chuvas podem ter causado algum dano, avalia Santos, porque lá o trigo estava “mais pronto”, segundo ele. Uma parte da produção, no entanto, tinha sido plantada com atraso e não foi comprometida. “Achava-se que haveria perdas em algumas lavouras do oeste, mas não houve”, disse o corretor.
No Rio Grande do Sul, moinhos estão abastecidos e no aguardo da colheita de trigo, que se inicia em outubro e pega ritmo forte em novembro. Além disso, praticamente não há cereal disponível na região e, com isso, escassas ofertas. Indicação nominal nesta sexta-feira girava em torno de R$ 970 a tonelada CIF Porto de Rio Grande, para embarque em novembro/dezembro e pagamento em janeiro, sem registro de acordos. “Temos visto negócios apenas entre cooperativas e produtores, que vendem a safra antecipada em troca de insumos”, diz o consultor Claiton dos Santos, da Somma Agro Consultoria. Na base de troca, a tonelada era cotada a R$ 930, já para entrega em novembro, quando a safra estará sendo colhida.
Claiton dos Santos informa, ainda, que cerca de 30% da safra já foi vendida com antecedência. “Mas agora, com temor do clima, produtor prefere aguardar pra saber quanto de fato vai colher”, assinala.