14/11/2020 - 22:48
O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, encerrou a campanha neste sábado, 14, com uma carreata pela região do centro expandido da cidade. Ao final, Boulos disse que o principal legado de sua campanha é o exemplo de que é possível fazer política com pouco dinheiro e sem o uso da máquina pública.
“Fizemos uma campanha bonita, sem estrutura, sem máquina, com pouquíssimo tempo na TV e mesmo assim estamos em segundo lugar. Isso mostra que ainda é possível fazer política de outro jeito. Esse foi o maior legado da nossa campanha”, disse o candidato. “Ela mostrou que ainda é possível fazer política com esperança e com engajamento de gente de verdade, que a verdade possa vencer as fake news”, complementou.
A campanha de Boulos recebeu R$ 3,9 milhões até agora, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A do prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, recebeu R$ 15,3 milhões.
Indagado se o exemplo serve para outros partidos de esquerda que nas últimas décadas priorizaram o dinheiro e o marketing em detrimento da militância, Boulos, que espera o apoio de PT, PC do B e PDT caso vá para o segundo turno, evitou responder. “Prefiro fazer um balanço da campanha depois do dia 30 de novembro (após o segundo turno, no dia 29)”, esquivou-se.
A carreata saiu da Largo da Batata, em Pinheiros, bairro onde morou com os pais até a adolescência, e foi até a Praça Oswaldo Cruz, no Paraíso (zona sul). Dezenas de veículos com bandeiras e adesivos do PSOL acompanharam o carro de som de onde Boulos acenava para a população.
Quando passava pela Avenida Paulista, na altura do Parque Trianon, um grupo de manifestantes do MBL que fazia campanha para o candidato Arthur do Val (Patriota) hostilizou os apoiadores de Boulos com palavrões, mas foi contido pela Polícia Militar. Não houve briga.
Boulos também demonstrou preocupação com a possibilidade de alta abstenção nas urnas. “Tenho visto até um certo estímulo de alguns setores à abstenção, o que me parece preocupante. A democracia é uma conquista do povo”, afirmou.