08/12/2020 - 10:32
Prefeituras do interior de São Paulo correm contra o tempo para conter o novo coronavírus, enquanto esperam a chegada da vacina. Quando parecia que o vírus estava indo embora, houve um aumento no número de casos nas últimas semanas, levando municípios a reeditar medidas fortes tomadas no auge da pandemia para combater o avanço da doença.
Na segunda-feira, 7, o governador do Estado, João Doria (PSDB) anunciou que a vacinação terá início em 25 de janeiro de 2021 no Estado, com a imunização de idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas.
Será utilizada a vacina Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e produzida pelo Instituto Butantã, mas que ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em Presidente Prudente, a prefeitura baixou decreto proibindo o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos, incluindo ruas, praças e parques. O uso de narguilé, espécie de cachimbo com aromas, também foi proibido em locais públicos. Os infratores podem ser enquadrados criminalmente por colocar em risco a saúde pública.
Para garantir o respeito à nova norma, a prefeitura vetou o estacionamento de veículos em locais sujeitos a aglomeração, como praças, parques e pontos de baladas. Também foi proibido o aluguel de chácaras para eventos e shows.
O município autorizou a Secretaria Municipal de Saúde a contratar leitos clínicos para atender pacientes da cidade em hospitais da região.
De sexta-feira à manhã desta segunda, a cidade registrou quatro mortes, totalizando 171 óbitos, e o número de casos subiu para 7.966, havendo 65 pacientes internados com a doença.
Conforme o prefeito Nelson Bugalho (PSDB), até que a vacina se torne realidade, é preciso controlar a doença. “Estamos confiantes na chegada da vacina e toda a estrutura da saúde será voltada para a imunização. Até lá, é preciso evitar que os casos continuem aumentando.”
Em Campinas, o aumento no número de casos entre jovens levou o secretário da Saúde, Carmino de Souza, a fazer um apelo a esse público para que se cuide até a chegada da vacina. “Não leve o vírus para casa. A transmissão domiciliar passou a ser a preferencial. Entendemos o cansaço das pessoas, mas estamos tão perto da vacina, vamos aguentar um pouco mais”, disse.
Segundo ele, a cidade está preparada para vacinar quando o imunizante estiver disponível. “Campinas está pronta. Chegou a vacina, a gente já pode começar a vacinar a população, observando as regras de imunizar primeiro os grupos prioritários.”
Conforme o secretário, a cidade já tem seringas e agulhas para aplicar a vacina em todos os seus 1,2 milhão de habitantes. “Também trocamos toda nossa rede de refrigeração e não haverá problema de conservação da vacina”, disse. Campinas já perdeu 1.390 moradores para o vírus de um total de quase 45 mil infectados.
A prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo fechou a Praça São Sebastião, uma das principais da cidade, devido ao aumento de infecção pela covid-19. A Santa Casa, principal hospital, chegou a 100% de leitos ocupados no fim de semana.
A partir das 20 horas até as 2 da manhã, a praça permanece interditada com faixas zebradas. As ruas do entorno ficam fechadas ao trânsito para evitar aglomerações de jovens.
A prefeitura proibiu festas em casas, chácaras e sítios com mais de 12 pessoas, inclusive os familiares. A multa varia de R$ 1,6 mil a R$ 5,4 mil. “Enquanto a vacina não vem, vamos fazer nossa parte e manter o isolamento social”, pediu a Secretaria da Saúde em rede social.
Em Sorocaba, a Câmara de Vereadores restringiu o atendimento ao público depois de registrar um novo surto da doença. As sessões voltaram a ser transmitidas pela TV Câmara e redes sociais. Três casos foram confirmados, entre eles o do vereador Hudson Pessini (MDB), que está internado em hospital – e quatro casos suspeitos aguardam os exames.
Outros três vereadores já haviam sido infectados em surtos anteriores. A cidade registrou cinco novas mortes pela covid-19 na segunda-feira. A Secretaria de Saúde do município designou uma equipe para planejar o esquema de vacinação contra a covid-19 na rede municipal de saúde.
Em São José dos Campos, a prefeitura prevê a utilização da estrutura já montada para a imunização contra a gripe na futura vacinação contra a doença. O município apertou o cerco contra as aglomerações na tentativa de conter o contágio que aumenta desde o início de dezembro.
No fim de semana, a fiscalização apoiada pela Guarda Civil Municipal aplicou 23 multas no valor de R$ 5 mil cada em bares e estabelecimentos comerciais que permaneceram abertos após as 22 horas. Foram realizadas blitze para evitar os ‘fluxos’ (encontros) de jovens em locais públicos.