10/06/2014 - 12:10
Como inserir o pequeno produtor no mercado competitivo?
Com qualidade e produtividade. Isso tem a ver com extensão rural, com programas de capacitação para que melhores práticas sejam desenvolvidas com sustentabilidade.
Como a sustentabilidade pode ajudar na agricultura familiar?
A produção sustentável é muito valorizada pelo consumidor. Com programas de denominação de origem a agricultura familiar pode se desenvolver mais e melhorar a rentabilidade.
Como é possível profissionalizar o pequeno agricultor?
Além do apoio técnico no campo, há outro ponto importante pouco discutido. Nem sempre o pequeno produtor é um bom comercializador. Ele precisa do apoio de especialistas.
As pequenas propriedades são compatíveis com a alta tecnologia?
Com certeza. O pequeno agricultor tem pelo menos um celular. Isso já é tecnologia moderna. Com o celular, ele pode saber das cotações. O acesso à tecnologia moderna não é uma opção, é uma obrigação.
As cooperativas tendem a ser a única saída para o pequeno produtor?
A cooperativa é a forma mais fácil para trabalhar. Mas existem outras, como criar associações de produtores que tenham interesse em comum, a exemplo da denominação de origem.
O que é relevante quando se fala em política pública para os pequenos produtores?
São os programas de crédito, como o Pronaf. Eles são fundamentais, mas precisam ser programas de crédito orientados a alternativas rentáveis.
Além das linhas de crédito, que programas seriam ideais?
Programa de incentivo à produção de subsistência é um deles. O desenvolvimento de novas lavouras, como o amaranto, por exemplo. São culturas difíceis de serem inseridas no mercado, mas são fundamentais para o autoconsumo.
Qual é a melhor metodologia para separar o pequeno do médio produtor?
O pequeno é medido pelo uso da mão de obra. Já temos, inclusive, pequenos produtores de mil hectares. Se só trabalha a família, não importa o tamanho da área cultivada, ele é considerado
pequeno.
O que o mundo pode ensinar ao Brasil na agricultura familiar?
O uso da tecnologia de irrigação. O pequeno produtor de Israel, por exemplo, já adotou sistemas de irrigação e culturas diferentes. No Egito, há muitas variedades de hortaliças, de baixo custo e alta rentabilidade, que ainda não existem no Brasil e poderiam dar certo aqui.
O que o Brasil pode ensinar ao mundo?
O Brasil também tem muito a ensinar. O sistema de plantio direto é uma tecnologia que foi originada no País e que já foi exportada para a Argentina a Bolívia e o Paraguai. E ainda tem fronteiras para romper.