Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) classificou o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta à comissão como “produtivo e além da expectativa”. “Foi recheado de informações. Presença de Mandetta vai ajudar muito para que possamos aprofundar toda a investigação”, disse Renan em coletiva à imprensa após o encerramento da sessão.

Ao lado de Mandetta, o relator afirmou ainda acreditar que o depoimento de Nelson Teich, segundo titular da Saúde no governo Bolsonaro, também será “além da expectativa”. A oitiva de Teich foi remarcada para esta quarta-feira, 5, após a mudança de data do depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Ao comentar a alteração, Renan ironizou a postura do mais longevo ministro da Saúde durante a pandemia. “Isso caracteriza perda e ganho. Perda porque só vamos o ouvir no dia 19, e ganho porque parece que está havendo conversão, ele quer depor remotamente porque é contra aglomeração”, disse o senador do MDB. Pazuello pediu que o dia do seu depoimento fosse alterado após ter tido contato com dois servidores que testaram positivo para a covid-19. A outra alternativa era falar à comissão remotamente. Os senadores optaram por remarcar sua presença para o dia 19 de maio.

Dolo

Durante a coletiva de imprensa após o depoimento, Mandetta foi perguntado sobre se enxergava dolo por parte do governo quando não adquiriu vacinas contra a covid-19, apostando na teoria da imunidade de rebanho como forma de combate à doença. Atribuindo à CPI da Covid o papel de responder essa questão, Mandetta apenas disse que houve orientação conflitante entre o Planalto e as orientações técnicas do Ministério da Saúde. “Mas se isso tinha razão de ser, se era achismo, se tinha algo além disso, cabe a comissão (dizer)”, respondeu Mandetta. “Eu orientando de uma maneira, e presidente fazendo de uma maneira diferente”, afirmou, reforçando o que disse durante o depoimento.