14/11/2017 - 13:34
No início de setembro, o grupo americano Deere & Company, controlador da montadora de máquinas agrícolas John Deere, anunciou a compra da startup de robôs agrícolas Blue River Technology, também americana. O negócio foi fechado por US$ 305 milhões. Agora, o grupo detém uma empresa que desenvolve equipamentos com visão computacional para ver, diagnosticar e até decidir quando aplicar herbicidas na plantação. De acordo com a empresa, com a tecnologia será possível reduzir o uso de agroquímicos em até 90%.
AUTOMAÇÃO
A Era da agro robótica começa em 2019
Durante a Digital Agro, feira de inovações para a agropecuária, promovida em setembro pela Frísia Cooperativa Agroindustrial, em Carambeí (PR), o tema automação tomou conta das diversas apresentações técnicas e nos grupos de discussão. É dado como certo que nos próximos dois anos 35 mil robôs chegarão aos campos do mundo inteiro, de acordo com a Federação Internacional de Robótica. Esse mercado deverá movimentar US$ 74 bilhões por ano, entre indústria e serviços, o que inclui o uso na agropecuária.
CAFÉ
Guia online de cultivo
Neste mês, será apresentada em Minas Gerais a plataforma virtual Geoportal do Café. O lançamento acontece durante a Semana Internacional do Café, de 25 a 27 de outubro, em Belo Horizonte. Com um investimento de R$ 6 milhões, a ferramenta traz todas as informações do mapeamento do parque cafeeiro do Estado. A coleta de dados envolveu a aquisição de softwares, veículos, drones e tablets. A iniciativa é do governo do Estado, junto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais.
MANEJO
Neurônios artificiais nas lavouras
Com sede em Jaboticabal (SP), e acelerada pelo Sevna Startups, a startup LabMet desenvolveu um sistema que auxilia na tomada de decisão na produção agrícola. A partir de uma rede de estações meteorológicas próprias e de baixo custo, conectadas a algorítmos de inteligência artificial, como as redes neurais artificiais, o sistema fornece informações sobre como e quando plantar, irrigar, pulverizar e até colher.
ATUALIZAÇÃO
Céu é o limite para a Climate
Além de monitorar tratores e colhedeiras das principais fabricantes de máquinas agrícolas do País, os sensores da americana The Climate Corporation passam a ser conectados aos pulverizadores da brasileira Stara nesta safra. Mas tem mais equipamentos que estão na lista de testes da americana, como tratores sem monitores de coleta de dados e aviões agrícolas. A conexão será feita através de monitores fabricados pela paranaense Prosolos. Também está em fase experimental a conectividade com drones e aparelhos que fazem a leitura física do solo.
INVESTIMENTO
Embrapa abre fundo para startups
A Embrapa e o fundo de invetimento Cedro Capital, com sede em Brasília, vão investir em empresas iniciantes de inovação para o agronegócio. Através do edital “Pontes para Inovação” serão selecionadas as startups que poderão obter recursos de até R$ 5 milhões. As inscrições vão até o dia 21 deste mês, pelo site www.pontesparainovacao.com.br. Podem se candidatar empresas que utilizam tecnologias da Embrapa ou que estão em processo de adoção. Os alvos são tecnologias destinadas à agropecuária na região central do Brasil, como o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Minas Gerais. Além disso, só serão aceitas empresas com o faturamento anual de até R$ 16 milhões. A divulgação do resultado da primeira fase ocorrerá no dia 3 de novembro.
Empreender para crescer
Com o tema empreendedorismo no agronegócio a partir de inovações tecnológicas, a Conferência Agrotech, reuniu no mês passado um público de 400 pessoas na capital paulista. O evento foi organizado pela brasileira Startse, interessada em promover a conexão entre empresas iniciantes em tecnologia com investidores nas áreas de agronegócio, finanças, educação e saúde. Pedro Englert, CEO da Startse, diz que o setor agrícola tem espaço garantido para crescer e que dinheiro para investir não faltará.
Quanto há de recursos mundiais para se investir nesse setor do agronegócio?
Acredito que a cifra seja de bilhões de dólares. Entre os países, os Estados Unidos e a China, por exemplo, são os maiores investidores. Para se ter uma ideia, somente a Apple tem US$ 230 bilhões em caixa e a Microsfot, US$ 115 bilhões. Companhias como essas querem rentabilizar seu dinheiro com investimento em startups.
Qual é a escala de retorno do valor investido?
No exterior, o retorno pode chegar atualmente em até 3%. Mas o futuro é promissor. Com essa expectativa, mesmo se uma empresa investir em oito startups e apenas duas derem resultado, o retorno continua garantido.
Os investimentos estão aquecidos no Brasil?
Sim e a agricultura tem um papel bem relevante. Hoje há grandes empresas atrás de startups do agronegócio. A Raízen, a SLC Agrícola e a própria Suzano estão interessadas em investir em startups. Por isso, estamos empenhados para que essas companhias se conectem com as mais modernas empresas de inovações no setor de agtechs.
Qual o maior desafio no País?
A taxa de juros da Selic é um desafio. Apesar da queda de 14% para 8%, a taxa ainda é alta. Isso significa que existem investimentos no País que remuneram bem mais que a aplicação em fundo de capital de risco. Mas, quem quiser participar dessa nova economia no campo, vai ter de correr esse risco.