12/03/2018 - 10:00
O Porto de Paranaguá, no Paraná, teve o maior movimento de cargas de sua história em 2017. Foram 51,5 milhões de toneladas, um crescimento de 14,2% ante 2016, segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina. Mais uma vez, a soja foi o carro-chefe com 11,4 milhões de toneladas embarcadas. O segundo maior movimento foi de açúcar, com 4,8 milhões de toneladas. Depois vieram os farelos, com 4,5 milhões de toneladas, e o milho, com 3,5 milhões de toneladas. Entre os produtos importados, o destaque foram os fertilizantes com 8,8 milhões de toneladas.
FINANCIAMENTO
Crédito na mão
O Banco Central divulgou, no mês passado, os dados de crédito rural realizado em 2017. A safra recorde 2016/2017, com produção de 238,8 milhões de toneladas de grãos, foi o fator estimulante para que os produtores tomassem mais financiamentos para investir na lavoura no segundo semestre do ano passado. As contratações de crédito rural foram de R$ 92,5 bilhões entre julho e dezembro, crescimento de 14,2% ante o período anterior. Entre janeiro e junho, elas chegaram a R$ 20,7 bilhões, um aumento de 21,7% ante o ciclo anterior. Os contratos para custeio foram os mais demandados: alta de 5%, com
R$ 53,2 bilhões. A linha de crédito para máquinas e equipamentos chegou a R$ 3,8 bilhões, montante semelhante ao ciclo anterior. Já os financiamentos para infraestrutura em armazenagem (PCA) dobraram em valor, com R$ 416,4 milhões. Para a agricultura familiar (Pronaf), os empréstimos cresceram 3%, somando R$ 13,7 bilhões.
CAFÉ
Queda nas exportações
As exportações de café tiveram uma pequena queda e atingiram US$ 5,3 bilhões em 2017, diminuição de 3,6% ante o ano anterior. Mas o preço médio de venda cresceu 6,6% com relação a 2016, chegando a US$ 169,36 a saca de 60 quilos, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. Já o recuo no volume comercializado foi maior, cerca de 30,8 milhões de sacas, contra 34,3 milhões em 2016. Os cafés verdes somaram 27,3 milhões de sacas (27 milhões de arábica e 292 mil de robusta). Já os grãos industrializados caíram 10,9%, registrando 3,5 milhões de sacas embarcadas. Foram 3,4 milhões de sacas de café solúvel e 25,2 mil sacas de café torrado e moído. Os Estados Unidos, com 19,9% das compras, continuam como o princial destino do produto brasileiro, seguido por Alemanha (17,9%), Itália (9%), Japão (6,8%) e Bélgica (5,8%).
FERTILIZANTES
Mosaic fecha com a Vale
O anúncio aconteceu em dezembro de 2016, mas só agora a americana Mosaic, produtora de fosfatados e potássio combinados, concluiu a compra, por US$ 2,2 bilhões, da brasileira Vale Fertilizantes, empresa criada em 2010. O negócio inclui cinco minas de fosfato, quatro fábricas de químicos e fertilizantes, e uma de potássio. A capacidade de produção da Vale é de 4,8 milhões de toneladas de fertilizantes fosfatados e de 500 mil toneladas de potássio.
Fim da lei kandir
“A revogação da Lei Kandir é a maior ameaça ao agronegócio. não ter as exportações tributadas é o principal fator de competitividade desse setor. ” Marcelo Vieira, presidente da Sociedade Rural Brasileira
AÇÚCAR
Camil quer embalar
A gaúcha Camil Alimentos, dona da marca de açúcar União, uma das mais vendidas no País, irá investir cerca de R$ 80 milhões nos próximos dois anos para ampliar a capacidade de empacotamento do produto. O maior investimento, de R$ 20 milhões, será no complexo industrial e portuário de Suape (PE), adquirido em dezembro do ano passado por R$ 2 milhões. O restante será investido nas outras quatro fábricas da Camil. O objetivo é empacotar toda a produção de 727 mil toneladas de açúcar. Atualmente, são embalados por fornecedores 70% do produto vendido pela empresa.
FAZENDA ITAMARATI NORTE
O novo rei da soja
A Amaggi, da família do ministro da Agricultura Blairo Maggi, comprou a fazenda Itamarati Norte por cerca de R$ 2,2 bilhões. Localizada em Campo Novo de Parecis (MT), ela pertencia aos herdeiros de Olacyr de Moraes, o antigo rei da soja, e já estava arrendada há alguns anos à família Maggi. A propriedade possui 105 mil hectares, sendo 55 mil hectares destinados à agricultura, com o restante para a pecuária e reserva ambiental. De acordo com o ministro, a intenção é transformar a região da fazenda em um novo município.
FINANÇAS
São Martinho vai de CRA
O grupo paulista sucroenergético São Martinho, pertencente à família Ometto, anunciou no mês passado que emitirá Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) no valor de R$ 500 milhões. O objetivo é financiar a produção e o comércio de açúcar, álcool e derivados. Serão duas séries de debêntures, no valor de R$ 675 milhões. A colocação deverá ocorrer em março, através da Vert Securitizadora.
Análise do Mês
Como fica o mercado de açúcar na Tailândia, sem uma política de controle de preços?
O bom ritmo da moagem de cana-de-açúcar na Tailândia reforça que a produção de açúcar na safra 2017/2018 será maior do que a esperada. Com condições climáticas favoráveis, e maior área de plantio, a produção de açúcar no país deve alcançar 12,1 milhões de toneladas, ante as 10,3 milhões de toneladas em 2016/2017, conforme dados da Datagro. Essa será a primeira safra sem o controle de preços no mercado interno. Mas há uma pressão dos produtores para manter o Cane Sugar Fund (CSF), fundo financiador das políticas de subsídio, a fim de compensar as perdas dos fornecedores e das usinas. Além do fundo, os produtores eram beneficiados pela ampla diferença entre os preços nos mercados interno e externo. O tamanho do mercado interno era determinado pela Quota A, montante de açúcar que as usinas tem de preservar ao mercado do país. Para esta safra, a Quota A foi estabelecida em 2,6 milhões de toneladas. O principal da reforma seria a liberação dos preços do açúcar no mercado interno, seguindo a flutuação internacional, livres dos encargos que diretamente financiam o CSF. A política de preço mínimo tem como objetivo suportar o sistema, onde 70% das receitas com as vendas são para os fornecedores de cana, enquanto que o restante é direcionado às usinas.