19/05/2022 - 8:21
O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), levantado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), fechou o 1º trimestre de 2022 em 111,5 pontos, alta de 1,9 ponto em relação ao levantamento anterior. Em nota, a Fiesp informou que a alta foi puxada “principalmente pelas indústrias situadas Depois da Porteira, o único segmento dentre todos os pesquisados em que de fato a confiança melhorou”. Houve recuo nos índices de indústria Antes da Porteira e dos produtores agropecuários. “Apesar dessa diferença, houve entre os segmentos do agronegócio uma melhora das avaliações sobre a economia brasileira”, afirma a entidade.
O ICAgro é calculado a partir dos Índices de Confiança da Indústria (Antes da Porteira, que são as empresas de insumos agrícolas, e depois da porteira, referente às fabricantes de alimentos) e do Produtor Agropecuário (produtor agrícola e pecuário). O levantamento considera otimistas marcas acima dos 100 pontos.
O Índice de Confiança das Indústrias (antes e depois da porteira) avançou 5,2 pontos, para 114,5 pontos. Entre as indústrias de insumos agropecuários (antes da porteira) houve recuo de 3,7 pontos, para 107,7 pontos, mas a entidade destaca que boa parte das entrevistas aconteceu em março, no início da guerra entre Rússia e Ucrânia, quando ainda havia muita incerteza sobre oferta e preço de fertilizantes.
A perda foi compensada pela alta de 9,0 pontos, para 117,4 pontos, entre indústrias situadas Depois da Porteira, cujo otimismo pode ser atribuído em boa parte às exportações volumosas do setor.
O Índice de Confiança do Produtor Agropecuário caiu 2,8 pontos, para 107,2 pontos. “Ainda é um resultado que situa os ânimos do grupo na faixa considerada otimista pelos critérios da pesquisa – mas no patamar mais próximo da neutralidade desde o 4º trimestre de 2018, quando começou um período em que a percepção dos produtores tem se mantido predominantemente positiva”, informa a nota.
Entre produtores agrícolas, a queda foi de 2,9 pontos, para 109,1 pontos, refletindo especialmente a piora das relações de troca após o encarecimento dos fertilizantes e temores de falta de oferta.
O recuo para o produtor pecuário foi de 2,6 pontos, a 101,4 pontos. Houve piora na percepção de custos de produção com o avanço de grãos e da ureia, além do alto patamar do preço dos bezerros. “A piora das condições do crédito rural também reduziu o otimismo dos produtores pecuários”, diz o comunicado. “Diferentemente do que aconteceu com os agricultores, os preços aos produtores não amenizaram a situação, com as cotações futuras do boi gordo abaixo do mercado físico desde o início do ano.”