20/07/2022 - 10:05
A Comissão Europeia divulgou, nesta quarta-feira, um plano que busca reduzir o consumo de gás em 15% na União Europeia até março do ano que vem. A proposta é uma resposta ao crescente risco de racionamento energético na região, em meio à redução do fornecimento da Rússia.
Se aprovada, a meta seria voluntária, mas a regulação incluiria um dispositivo que pode tornar as ações compulsórias, caso haja um severo corte no abastecimento.
A previsão é de que o programa fique em vigor entre 1º de agosto de 2022 e 31 de março de 2022. Segundo a presidente da Comissão, Ursula Von der Leyen, o objetivo seria economizar 45 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás.
As preocupações sobre o quadro energético aumentaram este mês depois que a Gazprom, da Rússia, interrompeu as atividades no gasoduto Nord Stream 1. O funcionamento deve ser retomado nesta quinta-feira, 21, mas o presidente russo, Vladimir Putin, advertiu que o fornecimento poderá ser reduzido ainda mais, diante das sanções ocidentais contra o país por conta da guerra na Ucrânia.
Retaliação
Presidente da Comissão, Ursula von der Leyen disse que a Rússia reduziu sua oferta de gás para a UE de forma intencional, em retaliação às sanções impostas pelo bloco a Moscou pela guerra na Ucrânia. “A Rússia está nos chantageando, ao usar a energia como uma arma”, afirmou.
Von der Leyen disse também que a redução no fornecimento de gás atingiu 12 países da UE e que um corte total da oferta de gás russo e um “cenário provável”.
Queda no PIB
A Comissária da União Europeia para energia, Kadri Simson, afirmou, nesta quarta-feira, que um eventual corte total do fornecimento de gás da Rússia reduziria o Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia em até 1,5%.
Em coletiva de imprensa na qual revelou proposta de corte de 15% no consumo de gás no bloco, Simson alertou que, se as metas de redução não forem ambiciosas, as reservas da commodity cairão a níveis baixos. “Seria impossível aumentá-las antes da temporada de frio”, explicou.
Na mesma coletiva, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, disse que 12 países do bloco já foram atingidos por uma redução do abastecimento de gás russo.