O dólar volta a cair no mercado à vista nesta sexta-feira, 2. Os investidores ajustam posições cambiais de olho na desvalorização predominante da moeda norte-americana no exterior e na queda dos retornos da T-Note de 2 anos nos Estados Unidos em meio a expectativas pelo relatório do mercado de trabalho (payroll) dos Estados Unidos de novembro (10h30, de Brasília).

Ajuda também no bom humor os dados de produção industrial melhores que o esperado em meio a expectativas de que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição poderá ser votada no Senado na próxima semana e que seja feito anúncio do futuro ministro da Fazenda.

A produção industrial brasileira subiu 0,3% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro das estimativas de analistas captadas pelo Projeções Broadcast, que iam de uma queda de 0,6% a um avanço de 2,1%, e foi melhor que a mediana negativa em 0,1%. Em relação a outubro de 2021, a produção subiu 1,7%, acima da mediana de 1,2% das estimativas, cujo intervalo ia de variação nula a aumento de 7,0%. No acumulado do ano, a indústria teve queda de 0,8%. No acumulado em 12 meses, houve recuo de 1,4%.

Em relação à PEC da Transição, ganha terreno um modelo híbrido, que mistura a proposta do PT com a de Tasso Jereissati (PSDB-CE), que mantém a regra existente e só eleva o teto em R$ 80 bi. Por este meio-termo, a retirada do teto ficaria restrita aos R$ 70 bilhões do Bolsa Família. Além disso, lulistas sinalizam reduzir de quatro para dois anos o período em que será permitido furar o teto de gastos. Em entrevista coletiva ontem, o ex-ministro Aloizio Mercadante disse que o gasto extrateto em 2022 já está em torno de R$ 150 bilhões e que, ainda assim, faltam recursos para vários programas.

Ainda nos EUA, são esperados discursos do presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin (11h15) e do Fed de Chicago, Charles Evans (12h15 e 16h00).

Às 9h36, o dólar à vista caía 0,42%, aos R$ 5,1754, após mínima aos R$ 5,1634 (-0,65%) e máxima aos R$ 5,1929 (-0,08%). O dólar para janeiro de 2023 recuava 0,15%, aos R$ 5,2065, após abrir em alta e registrar máxima aos R$ 5,2230 (+0,16%).