O dólar perdeu força e recuava na manhã desta sexta-feira, 10, ante o real com vendas por tesourarias de bancos e exportadores, após a moeda subir à máxima a R$ 5,3092 (+0,56%) no mercado à vista nos primeiros negócios.

O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, afirma que a queda do dólar reflete um movimento de realização puxado por vendas de tesourarias de bancos e exportadores.

Na quinta-feira, o dólar à vista já havia escalado a R$ 5,2788, maior cotação de fechamento desde 5 de janeiro, acumulando valorização de 3,98% em fevereiro e perda de 0,02% em 2023.

O mercado de câmbio demonstra dificuldade para sustentar a baixa. Isso porque o dólar sobe no exterior bem como os retornos dos Treasuries em meio a expectativas de novas altas de juros nos EUA e pelo índice de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA em janeiro, que sai na próxima semana. Declarações de dirigentes do Federal Reserve dos EUA, Banco Central Europeu e Banco da Inglaterra são esperados durante o dia.

No mercado local, há desconforto com a possibilidade de elevação da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reúne na quinta-feira que vem, dia 16. As incertezas em torno desse debate devem manter os investidores atentos a falas eventuais do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que têm uma série de compromissos em Washington durante o dia, antes de encontro do presidente Lula com o presidente americano Joe Biden (17h30) e de uma entrevista coletiva de imprensa à noite (19h30).

Dólar e juros renovam fôlego hoje, de olho ainda nos dados do setor de serviços no País em dezembro, que mostraram avanço na margem pela 22ª vez seguida e vieram acima do teto das projeções do mercado na comparação mensal e anual.

O volume de serviços prestados subiu 3,1% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal, e na comparação com dezembro de 2021, houve avanço de 6,0% em dezembro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, a taxa acumulada mostrou alta de 8,3%. Nesse caso, as estimativas iam de +7,9% a +8,2%, com mediana positiva de 8,0%.

Às 9h42, o dólar à vista caía 0,16%, a R$ 5,2692. O dólar março perdia 0,49%, a R$ 5,2835, após registrar máxima a R$ 5,3240 (+0,27%).