13/03/2023 - 15:44
O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 7,4 bilhões nos dois primeiros meses de 2023. O valor representa um recuo de 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado, que havia sido recorde de US$ 8,1 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Em janeiro e fevereiro, as importações de produtos químicos somaram US$ 9,7 bilhões, retraindo 8,3% em relação ao mesmo período de 2022. Já as exportações, de pouco mais de US$ 2,3 bilhões, caíram 7% na mesma comparação.
Ambos os resultados se justificam no contexto das reduções de 10% das quantidades físicas importadas pelo Brasil e de 3,2% daquelas exportados pelo País para seus parceiros comerciais, segundo a Abiquim.
Em fevereiro, as importações de produtos químicos somaram US$ 4,3 bilhões, queda anual de 22,7%, enquanto as exportações, de praticamente US$ 1,1 bilhão, recuaram 14,9% em igual comparação. Em termos de quantidades, as importações, de 3,3 milhões de toneladas, são as menores desde fevereiro de 2020. As exportações de 1,1 milhão de toneladas se mantêm estáveis na média dos volumes vendidos para os vários mercados de destino dos produtos brasileiros.
Nos últimos 12 meses, o déficit em produtos químicos somou US$ 62,3 bilhões (março de 2022 a fevereiro de 2023), redução de quase US$ 1 bilhão para tal indicador em bases anualizadas frente ao resultado de 2022 (déficit recorde de US$ 63 bilhões).
Duas agendas são emergenciais para o setor e indispensáveis para a melhoria do cenário de curto prazo, avalia a diretora de economia e estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira. São elas a revigoração do REIQ e a retirada das resinas termoplásticas da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC). “O Brasil tem uma janela importante de oportunidades para atrair montante expressivo de investimentos na descarbonização, mas para isso é fundamental a construção de um ambiente de estabilidade política, jurídica e regulatória”, comenta a executiva.