O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira, 21, que o governo trabalha para que a taxa de juro do empréstimo consignado para aposentados fique abaixo de 2%. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews.

De acordo com ele, está sendo feito um trabalho conjunto com os Ministérios da Fazenda, do Trabalho e da Previdência. As pastas vão buscar “um número que seja inferior a 2,14%, que é o que os bancos estavam praticando”, ouvindo o “mercado, ouvindo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica”.

O ministro disse que a taxa será superior a 1,7%. Segundo Costa, a decisão final sobre o tema deve ser tomada até a próxima terça-feira, 28.

Em 16 de março, bancos como Itaú Unibanco, Mercantil do Brasil, Banco Pan, Daycoval, Agibank, Banco do Brasil e Caixa decidiram suspender temporariamente empréstimos consignados para aposentados depois que o Conselho Nacional de Previdência Social reduziu o limite máximo de juros que podem ser cobrados nesse tipo de empréstimo.

Antes da mudança, os bancos podiam cobrar até 2,14% de juros ao mês, mas agora só podem cobrar até 1,70%. Além disso, o limite de juros para empréstimos com cartão consignado também foi reduzido, de 3,06% para 2,62%. Segundo a Febraban, os novos limites de juros não são suficientes para cobrir todos os custos envolvidos.

‘Meio-termo’

Após a reação dos bancos, Rui Costa, Carlos Lupi (Previdência) e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, discutiram uma fórmula para solucionar a questão. Em reunião na segunda-feira, 20, eles concordaram quanto à necessidade de o governo adotar um “meio-termo”, que oscilaria entre 1,8% e 2% de juro, mas não houve acordo sobre o patamar e tampouco quando a medida entraria em vigor.

Nesta terça-feira, 21, Lula classificou como “boa” a iniciativa de baixar a taxa de juro cobrada pelos bancos na concessão crédito consignado às pessoas cadastradas no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). O presidente, no entanto, criticou a postura de Lupi, de implementar a medida sem que antes fosse negociada com os bancos privados e tivesse seu anúncio acertado com a Casa Civil.

“Uma coisa que poderia ser boa, 100% favorável, criou um clima de insatisfação nos bancos que precisavam ter se preparado. Não pode baixar com a facilidade que eles querem que baixe. De qualquer forma, a tese é boa e agora nós vamos ver como a gente consegue fazer para que os juros baixem de verdade”, afirmou.