10/02/2020 - 16:56
São Paulo, 10/02 – O setor agrícola catarinense deve ter um ano de “excelentes resultados” apesar da seca que prejudicou algumas regiões do Estado ao longo da safra 2019/20, projetou o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, em nota divulgada nesta segunda-feira (10). Caso não surjam novas adversidades climáticas ou surpresas no cenário internacional, a Faesc espera “produtividade elevada” e “bons preços” para as principais culturas produzidas no Estado, especialmente soja, milho e feijão. Conforme estimativa da federação, a soja injetará R$ 3,2 bilhões na economia catarinense, o milho, R$ 2,3 bilhões, e o feijão, R$ 280 milhões.
Um dos motivos para o otimismo é a alta do milho desde o segundo semestre do ano passado – atualmente o preço pago ao produtor pela saca está em torno de R$ 46. A alta da cotação do cereal em relação a igual período do ano passado já supera 35%, segundo a Faesc. Nas principais regiões produtoras, como Xanxerê, Campo Erê, Abelardo Luz e Planalto Norte, a produtividade chega a 250 sacas por hectare, o que reforça a perspectiva de lucro.
A federação pondera que, embora a valorização do milho seja positiva para a agricultura, os custos de produção para as agroindústrias de processamento de carne e para os criadores de aves e suínos são crescentes. “É situação de duas faces: ao mesmo tempo em que o plantador tem aumento de ganhos, os criadores têm aumento de custo”, informou Barbieri, na nota. Santa Catarina, que colhe menos milho do que o necessário para atender ao consumo local, deve trazer cerca de 4,5 milhões de toneladas de fora do Estado.
Ainda conforme a Faesc, os preços também são atrativos para soja e feijão, cotados, respectivamente a R$ 80 e R$ 160 por saca. Santa Catarina deve colher 2,4 milhões de toneladas de soja e 104 mil toneladas de feijão, conforme a federação.