27/09/2023 - 13:10
São Paulo, 27 – Com o término da colheita do milho segunda safra em Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos, a oferta de caminhões cresceu consideravelmente no Estado, contribuindo para derrubar os preços do frete rodoviário de cargas em todas as praças em agosto, em comparação com o mês anterior. As informações fazem parte do Boletim mensal Logístico, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo a Conab, no entanto, no atual exercício há alguns agravantes para a queda mais intensa dos preços dos fretes: “a velocidade na comercialização das principais commodities está aquém do observado normalmente e, atrelada a essa questão, a alta generalizada dos combustíveis, em especial do óleo diesel. Estes dois fatores acabaram por gerar a forte queda nos preços dos fretes.”
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A estatal salientou que “a queda na cotação do frete rodoviário foi sentida mais intensamente em agosto e estima-se que deverá permanecer durante todo o mês de setembro, caso se mantenha o quadro atual, preço do óleo diesel elevado vis a vis, manutenção dos preços de soja e milho a despeito da recente elevação nos prêmios de exportação do cereal”.
O Boletim Logístico mostra, ainda, que os Estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná, Minas Gerais e Maranhão apresentaram os melhores desempenhos nas exportações brasileiras de soja e milho em agosto.
Segundo o Boletim, as exportações brasileiras da oleaginosa no mês passado atingiram 8,39 milhões de toneladas, em comparação com 9,70 milhões de toneladas no mês anterior, e 5,95 milhões de toneladas em igual período de 2022.
“A valorização do dólar frente ao real, a firme demanda externa e as recentes estimativas da Conab, consolidando a redução dos estoques nacionais de óleo de soja na temporada 2022/23, além de criarem um estímulo para os preços internos da soja, foram de encontro à estratégia estabelecida pelo produtor nacional, desde o início do ano, ao retardar o ritmo da comercialização, tentando auferir a maior rentabilidade possível”, explicou a estatal em comunicado.
As exportações do milho em agosto deste ano atingiram 9,33 milhões de toneladas, em comparação com 4,23 milhões de toneladas em julho, e 7,45 milhões de toneladas, ocorridas no mesmo período do ano passado. “As exportações do cereal ocorridas em agosto ficaram registradas como um recorde mensal, alcançado pelo escoamento da safra recorde brasileira”, disse a Conab.
As exportações brasileiras do farelo de soja, no acumulado do ano até agosto, atingiram 15,3 milhões de toneladas em comparação com 14 milhões, ocorridas no mesmo período do exercício passado.
Segundo a Conab, o Brasil continua a apresentar crescimento nos embarques de farelo de soja, confirmando expectativa de se tornar o maior fornecedor mundial desse subproduto, na atual temporada. “As razões, se encontram na redução do processamento de soja na Argentina – que é estimado em apenas 30 milhões de toneladas, o menor das últimas 18 temporadas e à maior demanda para consumo do subproduto, tanto no Brasil, como no país vizinho – 18 milhões de toneladas e o recorde previsto para aquele país de 3,35 milhões, respectivamente”, informou.