22/04/2024 - 13:53
São Paulo, 22 – O Brasil deve processar 645 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2024/25 (que começou neste mês e vai até março de 2025), segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília. O volume é 8,5% menor que o registrado no ciclo anterior e está associado às chuvas irregulares no Centro-Sul. Além disso, a agência destacou a “impressionante” projeção de recorde de 705,2 milhões de toneladas da safra anterior, em virtude das condições favoráveis, investimentos na renovação dos canaviais e melhoria da produtividade. A produção do adoçante para 2024/25 está prevista em 44 milhões de toneladas, recuo de 3,4% ante 2023/24.
O Centro-Sul do País, exclusivamente, deve registrar moagem de 600 milhões de toneladas na safra 2024/25, baixa de 7,6% ante a temporada anterior (de 649,3 milhões de toneladas). O departamento prevê fabricação de 41 milhões de toneladas de adoçante na região na temporada atual, recuo de 1 milhão de toneladas em comparação em relação à 2023/24. Já no Norte-Nordeste, a produção foi projetada para 45 milhões de toneladas em 2024/25, perda de 19,5% diante das 55,9 milhões de toneladas de 2023/24. Na região, a estimativa de produção de açúcar foi reduzida em 500 mil toneladas de uma safra para a outra, somando 3 milhões de toneladas.
A área total plantada com cana-de-açúcar para 2024/25 foi prevista em 9,6 milhões de hectares, 1% maior do que a safra 2023/24 (9,5 milhões de hectares). “Os preços favoráveis do açúcar incentivaram os agricultores a expandir o uso da terra para o cultivo de cana-de-açúcar, e estima-se que os preços internacionais do açúcar permanecerão atrativos para os produtores”, disse o adido do USDA. Com isso, as usinas de cana-de-açúcar continuarão a privilegiar a produção de açúcar durante a temporada 2024/25, dada a demanda estrangeira, acrescentou.
As usinas sucroalcooleiras brasileiras têm a capacidade de ajustar a proporção de sua produção entre o etanol e o açúcar e o USDA projeta que a cana destinada à produção de açúcar e etanol para 2024/25 seja de 51% e 49%, respectivamente, ante 49% e 51% de 2023/24. A agência disse no relatório que os produtores na região Centro-Sul enfrentaram um mercado desafiador para as vendas de etanol no período 2023/24, com o excesso de oferta e a “lentidão” dos consumidores em mudar para o abastecimento com etanol hidratado, dada a competitividade dos preços na bomba.
O consumo interno de adoçante para 2024/25 foi estimado em 9,5 milhões de toneladas, em nível com 2022/23. Além disso, o departamento espera que as exportações brasileiras de açúcar alcancem 34,4 milhões de toneladas, em valor bruto, redução de 1,5 milhão de toneladas ante 2023/24 (35,9 milhões de t). “A demanda internacional por açúcar para 2024/25 permanecerá forte. Apesar da recuperação da produção doméstica na Tailândia e na Índia, a quantidade destinada à exportação não será suficiente a curto prazo para atender à sua parcela da demanda estrangeira”, afirmou a agência, destacando que o Brasil deve aproveitar a produção doméstica estável e os preços internacionais favoráveis.