24/04/2024 - 16:18
São Paulo, 24 – Os preços pagos aos produtores agropecuários, que encerraram 2023 com queda de 16% ante o ano anterior, recuaram 15,4% no primeiro trimestre de 2024, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, que elabora o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA). “Na mesma comparação, os preços internacionais dos alimentos (Índice da FAO) recuaram 4,5%; os industriais (IPA-OG-DI produtos industriais), 13,2%; e a taxa de câmbio (R$/US$), 3,3%”, disse o Cepea em nota.
Conforme pesquisadores do centro de estudos, a retração do IPPA/Cepea no início deste ano está atrelada às quedas observadas para IPPA-Grãos/Cepea, de 25,4%, e para o IPPA-Pecuária/Cepea, de 11,7%. “A baixa no IPPA/Cepea só não foi mais intensa porque o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea apresentou expressiva elevação nominal no primeiro trimestre, de quase 45%. Já o IPPA-Cana-Café/Cepea se manteve estável nos primeiros meses de 2024.”
Conforme o Cepea, no caso do IPPA-Grãos, a retração se deve às quedas observadas em todos os produtos considerados no índice, com exceção do arroz. Para o algodão, a desvalorização no primeiro trimestre foi de 20,1%; para o milho, de 25,6%; para a soja, de quase 29%; e para o trigo, de 25%. “Para o IPPA-Pecuária/Cepea, o cenário é o mesmo, com retrações registradas para quase todos os produtos que compõem o índice: arroba bovina (-16%), suíno (-10,8%), leite (-19,1%) e ovos (-2,4%).”
Já quanto ao forte avanço do IPPA-Hortifrutícolas/Cepea, o resultado se deve às valorizações observadas para todos os produtos que são considerados no Índice: batata (+67,6%), tomate (+30,5%), banana (+35,0%), laranja (+61,3%) e uva (+44,7%). “Ressalta-se que a batata tem sido negociada a patamares elevados nesta safra das águas 2023/24 – em janeiro, a média de negociação foi a terceira maior de toda a série do Cepea, iniciada em 2001, em termos reais”, disse o Cepea.
O suporte aos preços se deve à menor oferta em decorrência do clima adverso. Quanto à laranja, a fruta foi negociada a preços recordes no primeiro trimestre de 2024. “De acordo com pesquisadores do Cepea, a forte valorização da fruta está atrelada sobretudo à escassez de oferta neste período de entressafra, enquanto outras variedades (tardias e precoces) também estão com volumes controlados. Além disso, a demanda da indústria de suco pela fruta está aquecida, tendo em vista que os estoques da commodity estão baixos.”