28/11/2024 - 13:19
A produção de etanol do Brasil na safra 2024/25 deve somar 36,1 bilhões de litros, incluindo o combustível produzido a partir de cana-de-açúcar e milho, estimou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A quantia representa aumento de 1,3% ante a temporada passada.
Esse crescimento vai se dar pelo salto no crescimento da fabricação de etanol de milho, já que a safra de cana será menor do que o previsto, por conta do tempo quente e seco anteriormente, afirmou a Conab.
Agora a Conab estima a produção de etanol de cana em 28,86 bilhões de litros, cerca de 300 milhões de litros a mais na comparação com a projeção de agosto, com mais cana sendo direcionada ao combustível em detrimento do açúcar em meio a uma safra menor. Ainda assim, o volume será 2,8% menor do que em 2023/24.
Já a produção de etanol de milho do país deverá somar 7,2 bilhões de litros, contra 6,9 bilhões na previsão de agosto, e agora está estimada para avançar 22,1% na comparação com a temporada passada.
O avanço do etanol de milho acontece com novos projetos e expansões entrando em operação, o que deve se repetir nos próximos anos.
“O contínuo investimento no setor, incluindo novas plantas industriais e ampliações de parte das unidades existentes, deve incrementar mais 2.500 mil metros cúbicos (2,5 bilhões de litros) nos próximos quatro anos”, afirmou a Conab, ao comentar as perspectivas para o Mato Grosso, maior Estado produtor de milho e de etanol a partir do cereal no Brasil.
Segundo relatório da Conab, as expectativas para a produção mato-grossense são otimistas, tendo em vista, principalmente, a “matéria-prima farta e de baixo custo, associada à oportunidade de maior participação no mercado alcooleiro no Sudeste, o maior consumidor do país”.
A produção de etanol de milho avança em momento em que a Petrobras demonstra planos de voltar ao setor do biocombustível, com projeto de investimentos de 2,2 bilhões de dólares até 2029.
A safra de cana do Brasil em 2024/25, com processamento já em estágio avançado, está estimada em 678,67 milhões de toneladas, uma diminuição de 4,8% em relação à safra anterior por conta de menores produtividades, afirmou a Conab, que diminuiu sua projeção em relação à estimativa de agosto (689,8 milhões de toneladas).
No entanto, a área destinada à colheita de cana no país apresentou crescimento de 4,3%, alcançando 8,7 milhões de hectares.
De outro lado, a produção de milho do Brasil deverá avançar para 119,81 milhões de toneladas na nova temporada, 4 milhões acima do ciclo passado, segundo a Conab.
Açúcar
A produção de açúcar do Brasil está estimada em 44 milhões de toneladas, é 3,7% inferior à safra 2023/24, devido à menor disponibilidade de cana-de-açúcar para moagem, segundo a Conab, que em agosto projetava um volume de cerca de 46 milhões de toneladas.
Já a fabricação do centro-sul, principal região produtora, foi estimada em 40,3 milhões de toneladas, versus 42 milhões na projeção de agosto e 42,3 milhões de toneladas no ano anterior.
Essa projeção se dá diante de uma safra de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil estimada em 616,86 milhões de toneladas em 2024/25, estimou a Conab nesta quinta-feira, com uma redução frente às 626,2 milhões de toneladas previstas em agosto.