01/09/2020 - 14:31
São Paulo, 1 – O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário no segundo trimestre de 2020 veio em linha com o esperado, disse ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) sócio diretor da consultoria MB Agro, José Carlos Vannini Hausknecht. O PIB da agropecuária subiu 1,2% entre abril e junho de 2020 ante igual período de 2019.
Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, o PIB da agropecuária subiu 0,4%. Dessa forma, no 1º semestre de 2020, o PIB do agro acumulou alta de 1,6% ante os primeiros seis meses de 2019.
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De acordo com avaliação de Hausknecht, a alta na produção de soja, açúcar e carnes, especialmente suína e de frango, puxaram a alta do PIB. “A safra de cana-de-açúcar teve uma moagem mais acelerada, o que levou a uma forte produção de açúcar e, consequentemente, maior exportação”, disse.
Ele também destacou a demanda externa aquecida para o setor de proteínas, afirmando que a valorização do dólar ante o real vem mantendo os preços favoráveis para os produtos agrícolas brasileiros.
A estimativa da consultoria para o PIB da agropecuária no acumulado de 2020 é de crescimento entre 1,2% e 1,5%. A maior produção de alguns produtos, como café e açúcar, devem balancear as perdas em culturas como algodão, que tem menor área plantada neste ano, afirma ele.
As expectativas no início do ano eram de que o milho safrinha poderia afetar de forma significativa o PIB, o que não vem acontecendo, na visão de Hausknecht. “A safrinha acabou sendo neutra para o PIB, poderia ter ajudado mais. Embora tenha sido uma safra um pouco melhor do que a do ano passado, algumas regiões observaram uma redução na produtividade por causa do clima seco.”
Em relação à pandemia do novo coronavírus, a visão da consultoria é de que a crise não afetou de forma significativa o agronegócio, exceto em setores como floricultura, horticultura e combustíveis. “Não tivemos grandes problemas na colheita ou no transporte da safra, por exemplo. Além disso, o câmbio continua contribuindo para melhores preços”, concluiu Hausknecht ao Broadcast Agro.