01/02/2009 - 0:00
Até pouco tempo atrás, o Tocantins era conhecido principalmente pela pecuária extensiva e pela sua enorme disponibilidade de áreas para plantio. As terras eram fartas e baratas, fato que estimulava estas atividades, viáveis apenas em grandes propriedades. De uns anos para cá, no entanto, esta realidade vem mudando. Hoje, a fruticultura vem ganhando espaço no Estado, tanto que o governo instituiu 2009 como o Ano da Fruticultura Tropical Tocantinense, apostando no desenvolvimento de culturas alternativas como melancia, abacaxi e caju.
MAIS TRABALHO NO TOCANTINS: 1,3 mil empregos são gerados todos os anos entre o plantio e a colheita
O potencial é enorme. A área reservada para o plantio irrigado de frutas no Tocantins é de 1,2 milhão de hectares, mas até o momento apenas 61 mil foram utilizados, com destaque para a melancia. Com pouco mais de cinco mil hectares dedicados exclusivamente à cultura, a região possui uma das maiores áreas de plantio irrigado contínuo do mundo. O resultado disso foi uma colheita de 150 mil toneladas e faturamento superior a R$ 30 milhões em 2008. Mas os produtores querem mais.
Mesmo com grandes áreas ainda disponíveis para o plantio, a intenção agora é aumentar a produtividade. No ano passado, a média ficou em torno de 30 toneladas por hectare, mas a meta da Seagro-TO – Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Tocantins – é atingir 40 toneladas de melancia por hectare plantado até 2011, apostando principalmente nas qualidades naturais da região e na mão-de-obra especializada, trazida de Goiás.
“Nós temos muitas áreas de várzea, principalmente no Rio Formoso, o que é ótimo para o cultivo da melancia. Agora temos também especialistas no plantio, já que trouxemos dezenas de produtores de Goiás para o nosso Estado. Esta foi a fórmula para que o Tocantins se transformasse em um grande polo produtor”, explica José Elias Júnior, diretor de Fruticultura e Silvicultura da Seagro do Tocantins.
O executivo lembra que cerca de 80% dos produtores hoje em atividade no Estado vieram de Goiás, especialmente da região de Uruana, outra das principais áreas produtoras de melancia do Centro-Oeste. Em sua maioria arrendatários de terras, os goianos aproveitam a estrutura de irrigação da região e a ociosidade da terra na entressafra para plantar e faturar. “Mostramos que o custo de produção era menor, por já ter toda a estrutura do arroz, por isso eles resolveram vir para cá”, completa Elias Junior.