16/09/2020 - 7:22
A China e outras grandes economias sofrerão danos menores do que se imaginava com a pandemia do novo coronavírus, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas a situação de emergência sanitária global terá um impacto maior nos países pobres.
A OCDE, que tem sede em Paris, previu nesta quarta-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) global terá uma contração menor do que estimativa em junho, mas alertou que a recuperação deverá desacelerar a partir deste mês e continuar vulnerável a novos surtos de covid-19. A entidade não espera que uma vacina contra a doença esteja amplamente disponível antes do fim do próximo ano.
“O ímpeto parece estar atingindo o platô e a confiança permanece fraca”, comentou Laurence Boone, economista-chefe da OCDE.
Em seu último relatório trimestral sobre a economia global, a OCDE agora espera que o PIB mundial sofra retração de 4,5% este ano. No documento anterior, a projeção era de queda de 6%.
No caso dos EUA, a previsão para 2020 melhorou de -7,3% em junho para -3,8%. Para a zona do euro, a estimativa foi de -9,1% para -7,9%. A revisão mais notável foi a da China, que passou de contração de 2,6% para crescimento de 1,8%.
A OCDE espera que os EUA recuperem as perdas deste ano em 2021, mas apenas se o Congresso americano fechar um novo acordo de estímulos fiscais com valor em torno de US$ 1,5 trilhão.
Por outro lado, países pobres deverão sofrer um golpe maior na produção do que se imaginava em junho, em função da continuidade da disseminação da covid-19 e por disporem de menos recursos para proteger empregos e negócios.
A OCDE prevê que a Índia, por exemplo, registrará contração de 10,2% em 2020. Há três meses, a estimativa era de queda de 3,7%. Recentemente, a Índia ultrapassou o Brasil em número de casos de coronavírus, com quase 4,7 milhões de infecções no último sábado (12), ficando atrás apenas dos EUA. A entidade também piorou sua estimativa para o PIB da África do Sul, de -7,5% para -11,5%.
Para 2021, a OCDE reduziu levemente sua expectativa de avanço da economia global, de 5,2% para 5%. No melhor dos cenários, com menos restrições ligadas à covid-19 e uma vacina mais próxima de se tornar realidade, a entidade acredita que o PIB mundial poderá crescer 7% no próximo ano. Já em um quadro de medidas mais severas para conter a doença e de adiamento de uma vacina, o mundo cresceria apenas 2,5% em 2021, prevê a organização. (Com informações da Dow Jones Newswires).