01/12/2020 - 12:16
Mais brasileiros buscaram empréstimos durante a pandemia, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos 68,7 milhões de domicílios no País, em cerca de 6,0 milhões (8,7%) algum morador solicitou um empréstimo até outubro. Em 86,5% deles a solicitação foi atendida.
Até setembro, 5,4 milhões de domicílios tinham algum morador que solicitou empréstimo durante a pandemia, sendo que 85,2% deles tinham conseguido o crédito.
A Região Sul teve a maior proporção de domicílios que solicitaram e conseguiram empréstimos, alcançando 8,7%. O menor porcentual foi o Norte, onde apenas 6,8% dos lares tiveram alguma solicitação de crédito aceita.
“O Sul teve o maior número de pedidos de empréstimos, e foi onde a taxa de desocupação caiu. Isso pode estar relacionado até a empréstimos para tocar o negócio, não o empréstimo pessoal. Porque a gente não pergunta a finalidade de empréstimo”, disse Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Até outubro, 76,9% dos pedidos de empréstimo foram feitos a bancos ou instituições financeiras, enquanto os demais 22,4% foram pedidos a parentes ou amigos.
Renda média
Quase oito meses após o agravamento da crise sanitária da covid-19 no Brasil, os trabalhadores que permaneciam empregados ainda enfrentavam dificuldades para recompor a renda do trabalho perdida na pandemia, segundo os dados da Pnad Covid-19.
O rendimento médio habitual de todos os trabalhos era de R$ 2.345 em outubro, mas os trabalhadores receberam efetivamente, em média, R$ 2.194. Ou seja, a renda efetiva representou 93,6% do que seria habitualmente recebido.
Apesar da defasagem, houve melhora em relação a setembro quando a renda efetiva alcançava 91,2% da renda habitual. Em maio, quando começou a pesquisa a renda efetiva correspondia a apenas 81,5% do rendimento habitual.
A massa salarial habitual passou de R$ 195,5 bilhões em setembro para R$ 194,0 bilhões em outubro. Já a massa do rendimento efetivo real cresceu de R$ 178,3 bilhões em setembro para R$ 181,5 bilhões em outubro.
O rendimento médio real domiciliar per capita efetivo do País foi de R$ 1.310 em outubro, 1,7% abaixo dos R$ 1.332 registrados em setembro. Os menores valores foram registrados nas regiões Norte (R$ 900) e Nordeste (R$ 877).
Horas trabalhadas
A retomada gradual das atividades econômicas e flexibilização das medidas de isolamento social fez crescer o número de horas efetivamente trabalhadas pelos brasileiros em outubro, segundo os dados do IBGE.
O número médio de horas efetivamente trabalhadas em setembro foi de 35,1 horas semanais, ante 40,1 horas habituais. Em outubro, foram trabalhadas 35,7 horas semanais, ante as 40,0 horas habituais.
Em outubro, a diferença entre as horas efetivamente trabalhadas e as habituais foi maior entre as mulheres, 5,1 horas, enquanto que entre os homens essa diferença foi de 3,6 horas.
No País, 17,8% das pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho atuaram efetivamente menos horas que as habituais, o equivalente a 14,1 milhões de pessoas. Por outro lado, 3,1 milhões de pessoas trabalharam efetivamente mais horas que o habitual, o que correspondia a 3,9% das pessoas ocupadas e não afastadas.