A brasileiríssima cachaça pode ser uma interessante fonte de renda para o produtor de cana-de-açúcar. A produção da bebida agrega, aproximadamente, 85% de valor na renda bruta do produtor. Para transferir informações sobre como é o processo de produção do mé, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Jaú, realizará o II Treinamento Prática sobre Produção de Cachaça, em 8 de dezembro de 2016, a partir das 7h, em Jaú, interior paulista.

O objetivo é oferecer um treinamento básico sobre a produção de cachaça artesanal. Segundo a pesquisadora da APTA, Gabriela Aferri, o treinamento tem sido muito procurado, principalmente, por pequenos produtores rurais, que visam uma oportunidade de aumentar a renda familiar com a produção da bebida. “A produção da cachaça agrega valor na renda bruta do produtor. Uma tonelada de cana-de-açúcar entregue para usina para produção de açúcar e etanol equivale a, aproximadamente, R$ 60,00, e uma tonelada de cana transformada em cachaça equivale a cerca de R$ 400,00”, diz.

Durante o curso, as atividades teóricas e práticas serão separadas por ambientes, nas quais serão ensinados aspectos sobre equipamentos, qualidades da matéria-prima, higienização do ambiente e o próprio processo da produção da cachaça, que conta com filtração, diluição, tratamento térmico, fermentação e destilação. Além disso, serão abordados aspectos sensoriais da cachaça artesanal, divididas entre aromas, sensações, gostos e visual, que auxiliam no reconhecimento de um produto de boa qualidade.

Produção e análise da cachaça artesanal

Atualmente, 1,3 bilhões de litros de cachaça são produzidos no Brasil, por cerca de 40 mil produtores espalhados pelo País. Aproximadamente, 45% da produção nacional vêm somente do Estado de São Paulo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Cachaça (IBRAC), 99% dos produtores são de micro ou pequeno porte.

Segundo a pesquisadora da APTA, a produção da cachaça está totalmente interligada ao plantio de cana-de-açúcar, fazendo com que diversas práticas realizadas na lavoura causem um efeito na produção final da bebida. “A escolha das variedades de cana e o controle de pragas, doenças e ervas daninhas podem alterar a qualidade da cachaça”, diz Gabriela. As principais variedades de cana-de-açúcar existentes para a produção da bebida são a IACSP955000, IACSP975094, RB867515, entre outras, que devem estar associadas à região, clima, tipo de solo e época de maturação.

A qualidade da bebida pode ser medida de acordo com os aspectos sensoriais. “Reconhece-se uma cachaça de boa qualidade quando ela apresenta cor, sabor, aroma e textura, ou viscosidade, característicos do processo de fermentação ou da harmonização dos produtos agregados ao processo de envelhecimento”, diz a pesquisadora.

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, o curso permite a diversificação de renda nas propriedades paulistas. “Isso é muito importante para melhorar a qualidade de vida do pequeno agricultor. Uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin é justamente termos foco no pequeno produtor e agricultor familiar em nossos trabalhos de pesquisa e transferência de tecnologia”, afirma. Fonte: Ascom