O plantio de soja no Rio Grande do Sul atingiu 96% da área total projetada até a última segunda-feira, avanço de dois pontos percentuais em relação à quinta-feira da semana passada, informou nesta quinta boletim da Emater.

“As lavouras apresentam excelente desenvolvimento, impulsionado pela alta luminosidade e pelos níveis razoáveis de umidade no solo. As plantas em fase vegetativa (96% da área de cultivo) demonstram emissão expressiva de ramos laterais e fechamento entre as fileiras adjacentes, indicando vigor satisfatório”, destacou a empresa de assistência técnica.

O Rio Grande do Sul, um dos três maiores produtores de soja do Brasil, está terminando de plantar suas lavouras da safra 2024/25 enquanto outros estados do país, como o Mato Grosso, já estão perto de começar a colheita. O ritmo de plantio gaúcho está à frente da mesma época do ano passado (91%) e da média histórica para o período (92%).

Nas lavouras de cultivares precoces, semeadas na primeira quinzena de outubro, observa-se o início da floração, fase que responde por 4% dos cultivos, conforme o relatório. “A partir desse estágio, a demanda hídrica aumenta significativamente, o que traz preocupação em função da distribuição irregular e dos baixos volumes de chuva ocorridos nas primeiras três semanas de dezembro, especialmente no Centro e Oeste do Estado”, disse a Emater.

Segundo a empresa ligada ao governo do Estado, os prognósticos para os próximos sete dias indicam chuvas irregulares por todo o Estado “com acumulados de baixos volumes principalmente em áreas do Oeste, Noroeste e Centro do território gaúcho”.

Os volumes podem chegar a até 10 mm acumulados na semana, enquanto muitas áreas da parte leste não terão chuvas até o dia 1º de janeiro, segundo mapa meteorológico apresentado pela Emater.

A produção de soja gaúcha está estimada em 20,3 milhões de toneladas, o que seria um crescimento de 3,5% na comparação com a temporada passada, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Colheita do milho tem início

O Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de milho no período do verão, começou a colheita de sua safra, com a Emater registrando 1% da área já colhida, dentro da média histórica para o período.

O Estado, que não faz segunda safra de milho por questões climáticas, está observando uma produtividade um “pouco abaixo da projeção inicial, mas superior à safra anterior”.

“A operação deverá ser ampliada na primeira quinzena de janeiro, dependendo das condições climáticas, que podem acelerar a perda de água da massa de grãos”, disse a Emater.

A produção de milho do Rio Grande do Sul está estimada em 4,3 milhões de toneladas, redução de 11,4% na comparação com o ciclo anterior, por conta de um recuo na área plantada, segundo a Conab.

Outros Estados do Brasil, diferentemente do Rio Grande do Sul, obtém a maior parte do seu milho na segunda safra, após a colheita da soja.

Mas, enquanto já começou a colheita, uma parte da área de milho gaúcho projetada para 2024/25 ainda precisa ser plantada. Segundo a Emater, 95% do total planejado havia sido plantado até esta semana.

A empresa disse que, embora as chuvas das últimas semanas “não tenham sido uniformes e significativas em todo o Estado, as condições para o enchimento dos grãos estão adequadas, principalmente devido ao predomínio de temperaturas amenas, que favorecem tanto a preservação da umidade no solo quanto a otimização do processo fotossintético das plantas”.

Já o plantio de arroz está “praticamente concluído”, com as lavouras apresentando “excelente estabelecimento”.

A safra de arroz do Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro do cereal, está estimada em 8,26 milhões de toneladas, o que seria um crescimento anual de 15,3%.