A startup paulistana iFood alcançou recentemente uma marca histórica: 17,4 milhões de pedidos no País. O crescimento foi de quase 130%, em comparação ao início de 2017. O feito acontece meses depois de um aporte de capital de US$ 500 milhões, realizado no final do ano passado. Naquele momento, a startup se tornou o mais novo unicórnio brasileiro, nome dado a uma empresa avaliada em US$ 1 bilhão ou mais. Além do Brasil, a iFood está no México, Colômbia e Argentina.
Neste ano, US$ 20 milhões serão investidos nas áreas de inteligência artificial e eficiência logística da iFood. A startup é uma subsidiária da Movile, dos empreendedores brasileiros Eduardo Lins Henrique, Fabio Povoa, Fabricio Bloisi, Leonardo Constantino Oliveira, Leonardo Sales, Marcelo Sales e Rafael Duton.

Confira alguns números globais do setor de foodtechs e do negócio da empresa brasileira nesse segmento.

BIOLÓGICOS
Brasil e Austrália, unidos pelo mercado

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O grupo sul-mato-grossense Sinagro acaba de anunciar que se uniu à australiana AgBiTech, especialista em controle biológico de lagartas. A brasileira passará a trazer as inovações daquele país para reforçar o manejo integrado de pragas nas lavouras de soja, milho, algodão e feijão. A parceria faz parte da estratégia de expansão do Sinagro, após ter 45% de suas ações vendidas à UPL, empresa indiana do segmento de defensivos agrícolas, e 46% vendidas ao Global Capital, um fundo de investimento britânico. A companhia estima triplicar o faturamento, atingindo cerca de R$ 2 bilhões por ano, até 2023.

INTEGRAÇÃO
O mundo do campo no celular

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A catarinense Sênior, especialista em programas digitais de gestão, lançou em abril o aplicativo AgroInfo. A plataforma reúne todas as informações importantes no dia a dia do produtor rural, como contas a pagar e receber, controle de balança e de grãos e previsão do tempo. O aplicativo também permite a comunicação com os fornecedores de insumos e de implementos agropecuários. A ferramenta vai ao encontro do alto uso de internet no campo, munindo o produtor, com informações que podem ajudá-lo na tomada de decisões. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente pela Appstore (iOS) e Googleplay (Android).

MAPEAMENTO
A evolução da imagem 3D

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A fabricante chinesa de drones DJI lançou, em abril, o DJI Terra, um novo programa que transforma os dados capturados por drones em modelos digitais em 3D em mapas de fácil análise. Na agricultura, esse programa é capaz de fazer um mapeamento completo e em tempo real do solo, enquanto o aparelho ainda está em pleno voo. A capacidade de processamento rápido do programa cria representações mais nítidas e realistas. A ferramenta é compatível com computadores que usam o sistema operacional Windows e com drones da série Phantom 4.

AGROSTART
Basf dá largada a ecossistema próprio

Especialista em defensivos agrícolas e biotecnologia, a alemã Basf lançou o seu próprio ecossistema de inovação para startups agrícolas. O projeto conta com a participação da também alemã Bosch e da coreana Samsung para um plano de aceleração de agtechs.

A iniciativa reforça o programa Agrostart, da Basf, iniciado em 2016, com a aceleradora paulistana ACE, e pelo qual já passaram 350 agtechs do Brasil e da América Latina. A expectativa é de que 6 startups sejam impactadas por mentorias, treinamentos e direcionamento para novos negócios. Pelo próprio Agrostart, as agtechs têm acesso a financiamento de até
R$ 150 mil por projeto.

CONECTIVIDADE
Todas as operações numa só tela

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A americana Trimble, especialista em captura de imagens e dados, lançou em abril o aplicativo Farmer Core. A ferramenta reúne, num só lugar, todas as informações coletadas por monitores de agricultura de precisão instalados em máquinas e equipamentos agrícolas. O programa pode ser acessado pelo computador ou ser baixado em smartphones ou tablets. A ideia é que essa aplicação automatize as configurações dos monitores, sem a necessidade de configurá-los um a um.

DE ISRAEL PARA O BRASIL

O investidor e empresário israelense Israel Talpaz trabalhou por 33 anos no setor de defesa em seu país. Fora deste setor há quase 3 anos, Talpaz trouxe sua experiência para a caça de pragas e doenças na produção de citros. No caso, sua arma é o uso de drones com poderosas lentes e inteligência artificial capaz de detectar até o greening, a pior doença para a produção de citros, também conhecida como huanglongbing (HLB). Este ano, o investidor passou pela Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), e apresentou sua startup, a See Tree. A empresa já recebeu o aporte de US$ 15 milhões e quer estar presente também nos Estados Unidos, além do Brasil.

Startup para combater pragas (Crédito:Divulgação)

Na sua opinião, quais são as oportunidades no mercado brasileiro?
Reconhecemos que a qualidade da agricultura no Brasil é uma das mais altas do mundo, mas ela também tem desafios enormes. Há uma grande oportunidade de usar as soluções da SeeTree para reduzir a perda de colheitas, corrigir ineficiências e melhorar substancialmente as operações agrícolas.

Que solução é essa?
Essa solução é a detecção e o gerenciamento do greening, uma doença causada por bactéria. Estamos ajudando no manejo antecipado, para ganhos de lucratividade da fazenda.

Que outras soluções podem vir de Israel?
Espero estabelecer um novo padrão de ferramentas disponíveis para os agricultores em culturas permanentes. Será uma nova maneira de cultivar.

Que nova maneira seria essa?
A fazenda do futuro precisará produzir muito mais alimentos, usando menos recursos. Cada planta precisará produzir mais. Isso significa que ela precisará ser monitorada, medida e tratada, de acordo com as suas necessidades. O futuro da agricultura será mais automatizado e mais orientado a dados e a coleta de big data se tornará a norma.