05/09/2025 - 10:01
Os preços mundiais dos alimentos oscilaram em agosto perto de uma máxima em mais de dois anos, uma vez que o encarecimento da carne, do açúcar e do óleo vegetal compensou os preços mais baixos dos cereais e laticínios, informou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação nesta sexta-feira, 05.
O Índice de Preços de Alimentos da FAO, que mede as variações de uma cesta de alimentos básicos comercializados internacionalmente, ficou em 130,1 pontos em agosto, em comparação com os 130,0 pontos revisados em julho. O índice marcou uma alta de 6,9% na comparação anual.
Esse foi o valor mais alto desde fevereiro de 2023, mas ainda 18,8% abaixo do pico atingido em março de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
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Os preços dos óleos vegetais subiram 1,4% em agosto, atingindo o maior patamar em mais de três anos. Os óleos de palma, girassol e colza foram impulsionados pelos planos da Indonésia de aumentar seu mandato de biodiesel, enquanto o óleo de soja caiu devido às expectativas de ampla oferta.
A Indonésia está trabalhando para aumentar o teor obrigatório de óleo de palma no biodiesel, em uma tentativa de reduzir a dependência da importação de combustíveis fósseis.
Os preços dos cereais caíram pelo quinto mês consecutivo, com queda de 0,8% em relação a julho. Os preços do trigo recuaram devido às grandes colheitas na União Europeia e na Rússia. Os preços do milho subiram, impulsionados pela maior demanda dos EUA por ração e etanol.
O índice de preços da carne aumentou 0,6%, atingindo alta recorde, puxado pela forte demanda por carne bovina nos Estados Unidos e na China.
Os preços do açúcar subiram 0,2% após cinco meses de queda, já que as preocupações com a produção brasileira de cana-de-açúcar e a demanda global mais forte superaram as melhores perspectivas de safra na Índia e na Tailândia.
Em relatório separado, a FAO previu uma produção global recorde de cereais de 2,961 bilhões de toneladas em 2025, acima dos 2,925 bilhões anteriores. A produção deve crescer 3,5% ante o ano anterior, principalmente devido à melhora nas perspectivas do milho.
As previsões de produção de milho aumentaram nos Estados Unidos, no Brasil e no México, impulsionadas por rendimentos recordes e pela expansão da área plantada.