19/11/2020 - 12:56
O resultado das eleições 2020 na cidade de Quinta do Sol, no Paraná, indica uma corrida que pode ser chamada de muito acirrada. Dois candidatos a prefeito disputaram, centímetro a centímetro, os 326 quilômetros quadrados do território quinta-solense, e uma diferença de apenas um voto consagrou o vencedor. Com 1.703 votos, Leonardo Romero (PSD) foi eleito prefeito da cidade. Jilvan Ribeiro (Cidadania), o segundo colocado, teve 1.702 votos.
“Gratidão pura”, comemorou Romero pelas redes sociais. Ele, que assumirá o Executivo Municipal pela primeira vez, é primo do atual prefeito, João Claudio Romero, que está no segundo mandato. “Obrigado Deus, obrigado família”, escreveu Leonardo Romero no Facebook. “1.703 votos determinaram o futuro TODOS!”.
Já Jilvan Ribeiro, que recebeu 1.702 votos, diz que conhece “muita gente” que não foi votar e que poderia ter mudado o resultado. Mas afirma também que é “melhor não citar, porque senão a pessoa pode ficar com dor na consciência”.
Mesmo tendo ficado em segundo lugar, Ribeiro rejeita a alcunha de perdedor. “Perdemos por um voto, porém nos consideramos vencedores, porque enfrentamos a máquina publica, enfrentamos um poder econômico”, afirmou. “Nosso adversário era um dos mais ricos da cidade, então foi na cara e na coragem.”
A reportagem não conseguiu contato com Leonardo Romero para comentar. Segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as receitas de campanha de Romero somaram mais de R$ 90 mil. As de Jilvan Ribeiro ficaram no patamar dos R$ 25 mil.
Ribeiro falou com a reportagem da casa dos pais, onde mora – o barulho ao fundo era das galinhas no local. Nascido e crescido em Quinta do Sol, ele já havia se lançado nas urnas em duas ocasiões anteriores, em 2012 e 2016, quando concorreu ao cargo de vereador. “Em 2012 tirei 51 votos e em 2016 tirei 68.”
Ribeiro questiona uma visão política que, segundo ele, marca presença nas cidades pequenas, e à qual ele afirma buscar se contrapor. “Numa cidade pequena, que não tem emprego, geralmente as pessoas atribuem sua votação ao assistencialismo”, diz. “Sendo que o dinheiro é público; eles (gestores) não estão fazendo mais do que a obrigação.”
Mesmo em meio a críticas, Jilvan Ribeiro não tem dúvidas quanto ao mérito do adversário. Na direção contrária de líderes mundiais como Donald Trump, o quinta-solense conclui: “Romero foi eleito, então a gente tem que respeitar o resultado das urnas.”